Conselho Federal de Medicina é contra a venda de remédios em gôndolas

O Conselho Federal de Medicina (CFM) pretende recorrer à Justiça para reverter a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que liberou a venda de medicamentos isentos de receita médica em gôndolas nas farmácias. Segundo o presidente da entidade, Roberto Luiz d'Avila, a medida é “irresponsável” porque estimula a automedicação e coloca a população em risco. “É um retrocesso depois de todos os argumentos que a gente tem defendido ao longo dos últimos anos sobre o uso racional dos medicamentos, essa notícia derruba todos os esforços”, disse d’Avila. O presidente do CFM argumenta todo remédio traz algum risco, mesmo os que são vendidos sem exigência de receita. Por isso, a entidade alerta para a necessidade da orientação e prescrição para a venda. Caso contrário, “a farmácia vira um supermercado”.  A decisão da Anvisa, publicada nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial da União, tem como base um estudo do órgão que concluiu que a proibição da venda de medicamentos fora dos balcões não contribuiu para diminuir o número de intoxicações no Brasil. A pesquisa constatou também uma maior concentração de mercado e prejuízo ao direito de escolha do consumidor. Para o CFM, o estudo é pouco consistente e considerou um curto período de tempo para a análise dos resultados. “A revogação pode induzir à automedicação e ao uso irracional de medicamentos, onerar o SUS [Sistema Único de Saúde] com o aumento de internações hospitalares evitáveis, aumentar o número de casos de intoxicações medicamentosas e banalizar o consumo de medicamentos por meio de estratégias mercadológicas de ampliação de vendas”, diz a nota divulgada pelo conselho, em conjunto com o Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Fonte Bahia noticias

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