Desabafo de um Policial Militar
Na última semana, o País chocou-se com um “doloroso atentado à liberdade de imprensa” devido à morte de um cinegrafista no exercício de sua função, com notas de repúdio de toda a mídia e até da Presidência da república. È triste sim, o assassinato de qualquer trabalhador exercendo sua função, mas policiais também são trabalhadores. E inclusive, é notória pela visão de quem é da área, que logo após o corajoso cinegrafista ser baleado, policiais “não menos corajosos”, entraram na linha de fogo para resgatá-lo e tentar salvar a preço de morte, a vida deste. Porém esse ato, a nossa imprensa não evidenciou, nem poderia, pois arriscar a própria vida pelos demais, é dever do policial. Mas a questão é a seguinte: _Quanto recebem aqueles policiais que arriscaram as suas vidas para tentarem salvar a vida do caro cinegrafista?
A resposta, caro leitor, é a quantia “honrosa” de R$=1.369,73* (Um mil, trezentos e sessenta e nove reais e setenta e três centavos), quantia essa, que “deve” ser suficiente para um policial dar uma vida digna à sua família e mais suficiente ainda para fazer com que este resista a subornos como o de vinte, trinta mil reais oferecidos por traficantes iguais o “Nem da rocinha”. Não quero aqui, justificar a corrupção policial, com o salário de fome que estes recebem, mas quero chamar atenção para a questão das necessidades básicas do ser humano, que segundo Maslow, compõe a base da pirâmide de sobrevivência, e sobreviver nesse mundo cada dia mais capitalista tem sido uma tarefa árdua para todos, principalmente para quem trabalha sem perspectiva nenhuma de reconhecimento dos Estados.
Restrinjo-me aos estados, pois a justiça já foi feita com os nossos companheiros federais que recebem em média cinco vezes mais para exercerem de certa forma a mesma função exercida por policiais estaduais, porém aqueles são melhores equipados e raramente vão para o confronto direto. Este fato pôde ser observado na operação conjunta de captura do traficante “Nem da Rocinha”, onde policiais estaduais, que recusaram duas tentativas de propina, que só depois com a ajuda de federais realizaram juntos a prisão do ano, ou seja, a mesma função, porém com salários tão diferentes.
Portanto, aguardo esperançoso, o dia em que a imprensa brasileira irá fazer justiça e denunciar o massacre que os estados da federação tem feito com a remuneração dos policiais estaduais do nosso país, e ansioso mais ainda, por uma nota de repúdio nacional, quando da morte de um trabalhador policial atuando, pois infelizmente a sensação que tenho hoje, é que a nossa vida vale menos.
Inf.SD.PM. Luciano Andrade
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