Lideranças do centrão evitam adesão formal a anistia após ato de Bolsonaro

A manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a favor da anistia aos presos do 8 de janeiro neste sábado (16) faz pouca pressão sobre os partidos do centrão, avaliam lideranças políticas.

Três líderes do centrão ouvidos pela Folha afirmam que o ato ficou restrito ao PL e reuniu parte já conhecida do eleitorado de Bolsonaro, sem mostrar adesão crescente à pauta.

Partidos como o PP e o Republicanos evitam apoiar formalmente o projeto de lei que concede anistia aos presos do 8 de janeiro mesmo após o ato.

Líderes dessas siglas dizem que os correligionários estão divididos entre apoiadores do perdão aos atos golpistas e defensores da neutralidade nas discussões.

O PL tenta conseguir adesão formal dos partidos de centro e de direita para a anistia. Bolsonaro conversou sobre o assunto com Gilberto Kassab em fevereiro e disse, no ato deste domingo, que o presidente do PSD endossou a anistia. Kassab foi procurado para comentar a declaração, mas não respondeu até a conclusão deste texto.

O ex-presidente ainda planeja um encontro com o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para esta semana. A expectativa entre bolsonaristas é que a adesão formal desses partidos convença parlamentares indecisos a votar pela anistia.

“Eu não tenho dúvida de que já temos os votos”, disse o líder da oposição na Câmara, deputado Tenente-Coronel Zucco (PL-RS) neste sábado.

“Eles não se posicionam, acredito eu, sem uma orientação clara de seu partido. Mas já estamos conversando com o Progressistas, PSD, Podemos, Republicanos. O somatório é muito favorável. Temos um cálculo que passa tranquilamente de 300 votos”, completa.

A estratégia do PL é reunir assinaturas durante a semana para apresentar na quinta-feira (20), em reunião do colégio de líderes, um pedido de urgência para a votação da proposta da Anistia.

“Vamos dar entrada —e eles vão ficar surpresos— com 92 deputados do PL e de outros partidos para podermos pedir urgência do projeto da anistia para entrar na pauta na semana que vem”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), durante o ato em Copacabana.

Parlamentares governistas e integrantes do governo Lula (PT) aproveitaram que o ato foi menor do que o anunciado pelos bolsonaristas para reforçar a tese de que a pauta da anistia não tem apoio popular.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, citou nas redes sociais a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas sob acusação de participar da trama golpista de 2022.

“Persistir no ataque às instituições e falar em anistia para quem ainda será julgado significa, na prática, confessar a gravidade dos crimes cometidos contra o Estado de Direito e a democracia”, disse.

“Quem não vacilou em tramar até assassinatos para usurpar o poder não tem credibilidade para subir em palanques e se fazer de vítima”, completou a ministra.

O ministro Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União), publicou uma foto do comício por eleições diretas na Candelária em 1984, no Rio de Janeiro e comentou: “Democracia sempre! Sem anistia”.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que a manifestação em Copacabana “flopou”. “Os brasileiros querem que os golpistas paguem pelos seus crimes”, afirmou.

O deputado Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, disse que o objetivo da anistia é livrar Bolsonaro do julgamento pela trama golpista de 2022, e não para perdoar “a velinha com a Bíblia”, em referência às mulheres citadas pelo ex-presidente entre as condenadas pelos atos golpistas.

“O projeto que tramita na Câmara passa uma borracha em todos os crimes cometidos após o dia 30 de outubro de 2022 até a sanção da lei. Não podemos permitir.”

A manifestação foi convocada por Jair Bolsonaro sob o mote de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ato ocorreu após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) marcar para 25 de março o julgamento do recebimento da denúncia da PGR contra o ex-presidente e aliados.

Bolsonaro foi o último a discursar. Ele criticou a denúncia da PGR e prometeu que não fugiria. “Se alguma covardia acontecer comigo, continuem lutando”, disse.

“Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto.”

Cézar Feitoza, Folhapress

Ameaça ao tráfego de navios e pressão no Irã: como Trump justifica o ataque aos Houthis

Segundo o presidente americano, ataques contra os rebeldes visam proteger o transporte marítimo americano e restaurar a liberdade de navegação. Trump prometeu responsabilizar o Irã pelas ações dos Houthis.
O presidente dos EUA, Donald Trump disse ter ordenado, neste sábado (15), ataques aéreos contra rebeldes Houthis, grupo apoiado pelo Irã no Iêmen e mandou um aviso a Teerã (veja mapa mais abaixo).
Pelo menos 31 pessoas morreram e 101 ficaram feridas nos ataques americanos, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos rebeldes. Um vídeo obtido pela Reuters mostra fumaça na capital do Iêmen, Sana (veja acima).

Ameaça ao transporte marítimo global

Em outubro de 2023, após o início da guerra entre o Hamas e Israel, o grupo rebelde começou a atacar navios militares e comerciais em um dos corredores de navegação mais movimentados do mundo. Os alvos eram embarcações de Israel e de seus aliados — em especial os Estados Unidos e o Reino Unido —, alegando solidariedade aos palestinos.
https://g1.globo.com/mundo/video/fumaca-e-vista-no-ceu-de-sana-capital-do-iemen-13428821.ghtml

Desde então, mais de 100 ataques foram realizados contra navios mercantes e militares. Dois deles afundaram, e quatro marinheiros foram mortos. As ofensivas foram interrompidas com o atual cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em janeiro.

Mas, na quarta-feira (12), os Houthis anunciaram que voltariam a abrir fogo, depois de Israel interromper a ajuda humanitária a Gaza para pressionar o Hamas durante as negociações do cessar-fogo.

A ofensiva focaria nos mares Vermelho e Arábico, pelo Estreito de Bab al-Mandab e pelo Golfo de Áden, rotas que vão da Índia até o Egito e ligam a Ásia à África.

“Esses ataques incessantes custaram aos EUA e à economia mundial bilhões de dólares enquanto, ao mesmo tempo, colocavam vidas inocentes em risco”, disse Trump no sábado ao anunciar os ataques aéreos em uma postagem nas redes sociais.

O avanço dos Houthis contra navios americanos tem provocado os combates mais intensos da marinha americana desde a Segunda Guerra Mundial.

Os Estados Unidos, sob a administração de Joe Biden, assim como Israel e o Reino Unido, já haviam atacado áreas controladas pelos Houthis no Iêmen em ocasiões anteriores. Mas um oficial dos EUA afirmou que a operação mais recente foi conduzida exclusivamente pelos EUA.

Trump afirmou que os ataques visavam “proteger o transporte marítimo americano, os ativos aéreos e navais, e restaurar a liberdade de navegação”.

O foco de Trump nos Houthis e em seus ataques sucessivos chamou a atenção para o grupo, que enfrenta pressões econômicas e políticas em meio à guerra no Iêmen, estagnada há mais de uma década e que devastou a nação árabe mais pobre do mundo

Pressão contra os iranianos

Com esse contra-ataque aos Houthis, Trump também tem o objetivo de pressionar o Irã, que é um dos principais financiadores e apoiadores dos rebeldes, assim como faz com o Hamas e outros aliados no Oriente Médio.

Trump prometeu responsabilizar o Irã “totalmente” pelas ações dos Houthis.

O Departamento de Estado americano, no início de março, reinstaurou a designação de “organização terrorista estrangeira” para os Houthis, que traz sanções e penalidades para quem fornecer “apoio material” ao grupo.

Essas medidas ocorrem em meio à tentativa de Trump de negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Segundo o presidente americano, uma carta foi enviada ao presidente do irã, Masoud Pezeshkian, sobre o tema.

Na terça-feira, Pezeshkian disse que não negociaria com os Estados Unidos enquanto estivesse sendo ameaçado ou forçado a isso, segundo a mídia estatal do país. Posição reforçada pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

O programa nuclear do Irã é motivo de preocupação de países do Ocidente, como os EUA e Israel. O país do Khamenei vem enriquecendo urânio ao longo dos últimos anos e aumentando a capacidade do país para produzir armas nucleares. O Irã insiste que seu programa nuclear é pacífico.

Em 2018, Trump retirou de forma unilateral os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Agora, voltou a dizer que não permitirá que o programa iraniano continue operando.

O presidente dos EUA também impôs novas sanções ao Irã como parte de sua campanha de "pressão máxima", enfatizando que ainda acredita na possibilidade de um novo acordo nuclear entre as partes.

Quem são os Houthis?

Os Houthis pertencem ao chamado "Eixo de Resistência", uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito

A guerra do Iêmen começou em 2014, quando os Houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.

A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.

Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.

Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os Houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.

A guerra no Iêmen foi classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. As mais afetadas são as crianças: cerca de 11 milhões delas vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda, segundo as Nações Unidas.

Em ato no Rio, Bolsonaro diz que não vai sair do Brasil e que será um problema preso ou morto

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores neste domingo (16) que “não vai sair do Brasil” e que ele será um problema “preso ou morto”. Também criticou o governo Lula (PT) e disse que “eles não derrotaram e nem derrotarão o bolsonarismo”.

“Não vou sair do Brasil. A minha vida estaria muito mais tranquila se eu tivesse do lado deles. Mas escolhi o lado do meu povo brasileiro. Tenho paixão pelo Brasil”, disse ele.

Bolsonaro também sugeriu que sua campanha na disputa de 2022 foi prejudicada por ações de Alexandre de Moraes, presidente do TSE na época. “Não podia colocar imagem do Lula com ditadores do mundo todo”, disse ele.

Acrescentou que o pleito de 2026 “será conduzido com isenção” e que “eleições sem Bolsonaro é negar democracia no Brasil”. Na disputa do ano que vem, o ministro Kassio Nunes Marques, indicado para o STF por Bolsonaro, será o novo presidente do TSE.

Inelegível, Bolsonaro chegou a dizer que tinha nomes do seu grupo político para a presidência, ao contrário “do outro lado”, mas, em seguida, repetiu que estaria disposto a concorrer. “Eleições sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil. Se eu sou tão ruim assim, me derrote”, afirmou ele.

Bolsonaro discursa no Rio de Janeiro durante ato convocado por ele em apoio a uma anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. A manifestação começou por volta das 10h.

O foco da manifestação é pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de lei de anistia aos acusados do 8 de janeiro de 2023, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente invadiu e depredou as sedes dos três Poderes, em Brasília, apenas dias após o início do governo Lula 3.

O ataque de teor golpista gerou denúncias no STF contra 1.682 envolvidos. Até início deste ano, 375 réus já tinham sido condenados, com penas que variam de um ano de detenção, substituído por medidas alternativas, a 17 de prisão.

Com o ato deste domingo, Bolsonaro também tenta manter capital político para fortalecer sua defesa no STF. O ex-presidente convocou seus apoiadores para o ato no Rio às vésperas do oferecimento da denúncia contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República), que o acusou em 18 de fevereiro de ter liderado uma trama golpista para impedir a posse do presidente Lula, vitorioso nas urnas de 2022. Além de Bolsonaro, a PGR denunciou outras 33 pessoas ao STF.

A denúncia começa a ser analisada pela Primeira Turma do STF em dia 25 de março. Nesta data, os ministros iniciam o debate sobre se os 34 acusados devem se tornar réus.

A PGR diz que o ex-presidente editou uma minuta golpista, buscou apoio dos chefes das Forças Armadas à conspiração, anuiu com um plano para matar o ministro do STF Alexandre de Moraes e foi um dos responsáveis pelos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Ele foi denunciado pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.

Na hipótese de Bolsonaro virar réu e ser condenado pelo STF ao final do processo, ele pode pegar mais de 40 anos de prisão e aumentar sua inelegibilidade, que hoje vai até 2030. Em junho de 2023, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornou Bolsonaro inelegível por 8 anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em reunião com embaixadores estrangeiros, em 2022, na qual o então presidente fez afirmações falsas e distorcidas sobre o processo eleitoral. Em outubro do mesmo ano, ele foi condenado novamente pelo TSE, pelo uso eleitoral do 7 de setembro.

De acordo com a denúncia da PGR ao STF, no “núcleo crucial da organização criminosa” estão, além do ex-presidente, o ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, o ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022 Walter Braga Netto, que está preso desde 14 de dezembro do ano passado.

Catarina Scortecci e Laura Intieri, Folhapress

Ex-candidata a vereadora pelo PSOL é presa vendendo brigadeiro de maconha em SP brasil


Brunella Hilton, 23, candidata a vereadora de São Paulo pelo PSOL em 2024, foi presa em flagrante por vender brigadeiros contendo maconha. Segundo a Polícia Civil, a prisão ocorreu em 2 de março, na avenida São João, centro da capital.

Ainda de acordo com a polícia, foram encontrados mais de 800 gramas do produto com ela, configurando o crime de tráfico de drogas.

O advogado dela não respondeu ao contato da reportagem, na tarde deste domingo (16).

Neste sábado (15), a família de Brunella registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento. Sua mãe afirmou que não falava com ela há 15 dias e saiu de Coimbra, em Minas Gerais, para procurá-la.

O possível sumiço mobilizou também o PSOL. A sigla disse ter recebido a notícia com muito temor e que a direção do partido buscava informações para tentar encontrar seu paradeiro.

A 5ª Delegacia de Polícia de Investigações sobre Pessoas Desaparecidas diz que entrou em contato com os familiares de Brunella e os informou sobre o ocorrido.

Brunella é mantida no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste paulistana.

Mulher trans e ativista, Brunella fez parte da candidatura coletiva Bancada dos LGBTQIA+, do PSOL, que conquistou 1.113 votos na última eleição municipal, em 2024.
Bruno Lucca, Folhapress

Quatro suspeitos morrem em operação da Polícia Militar em Jequié

Foto: Reprodução
Quatro suspeitos morreram em um tiroteio com policiais militares numa operação conjunta realizada na tarde deste sábado (15) pelas guarnições da 6ª Companhia do 19° BPM, Rondesp Sudoeste e CIPE Central no Bairro do Mandacaru, em Jequié. Durante a ação, os policiais teriam sido recebidos a tiros por indivíduos que tentaram fugir. Após uma varredura na área, quatro suspeitos foram encontrados feridos e socorridos, mas não resistiram aos ferimentos.

Segundo a Polícia Militar, o confronto ocorreu durante uma ação de patrulhamento intensificado na região. O objetivo da operação era combater o tráfico de drogas e outros crimes violentos no bairro. A identidade dos homens mortos no confronto não foram informadas.

No local, os policiais apreenderam um arsenal composto por uma pistola CANIK 9mm, duas pistolas Taurus (.380 e 9mm) e um revólver Taurus calibre .38. Além disso, foram encontrados 45 petecas de maconha, um pedaço grande da mesma substância, 27 trouxinhas de cocaína, uma faca grande, dois celulares (Samsung e Redmi), um blusão camuflado e uma jaqueta preta com capuz. Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia, onde serão adotadas as medidas cabíveis.
Por: Giro Ipiaú

Suspeito de tráfico é preso pela Cipe Semiárido em Irecê

Policiais militares da Cipe Semiárido detiveram um homem suspeito de tráfico de drogas, na noite de quinta-feira (13), em Irecê.

Os militares foram acionados para averiguar uma denúncia de que um indivíduo estaria traficando na Rua da Estrela, centro da cidade. A guarnição localizou o suspeito e, durante a abordagem, foram encontrados com o homem132g de crack, uma balança de precisão e dinheiro em espécie.

Todo material apreendido e o autor foram encaminhados à delegacia que atende o município para a tomada das medidas cabíveis.

Foto(s): CIPE Semiárido

Arma de fogo e cocaína são apreendidas pela PM em Canudos

Uma guarnição da Cipe Caatinga apreendeu um revólver e mais de 180 porções de cocaína, na tarde deste sábado (15), no município de Canudos.

Os militares realizavam ações de patrulhamento na zona rural do município, quando avistaram um indivíduo que, ao se deparar com os agentes, fugiu, abandonando alguns pertences. O suspeito não foi localizado, mas, no local onde ele abandonou os objetos que portava, foram encontrados um revólver calibre 32, um coldre e 183 porções de cocaína.

Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia de Euclides da Cunha, onde a ocorrência foi registrada.

Registro(s): CIPE Caatinga

Desaparecimento em Fazenda: Bombeiros e Polícia Civil concluem buscas por Edmilson Costa Lima "Tutinha"

Edmilson foi levado para trabalhar em uma fazenda e desapareceu.
Nova Viçosa: As buscas por Edmilson Costa Lima, conhecido como "Tutinha", que deixou sua residência desde o dia 27 de fevereiro, foram encerradas pelo 18º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) e pela Polícia Civil em Nova Viçosa. Segundo familiares, no dia 27/02, Edmilson foi levado para trabalhar em uma fazenda e desapareceu.

A família registrou um Boletim de Ocorrência, e a Polícia Civil, por meio do delegado Marcos Ludovico, acionou os bombeiros, com a suspeita de afogamento no rio Peruípe. Durante a operação de busca, que durou vários dias, os bombeiros e policiais contaram com o apoio da 89ª CIPM, familiares e proprietários da fazenda. Um drone foi utilizado para auxiliar nas buscas em áreas de difícil acesso.
Foto: Lenio Cidreira/Liberdadenews
Apesar dos esforços, Edmilson não foi encontrado. As áreas indicadas pela família foram minuciosamente verificadas, mas nenhum indício concreto foi localizado. O delegado Marcos Ludovico foi informado sobre o encerramento das buscas, que poderão ser retomadas caso surjam novas informações ou evidências em outras áreas.

A família agradece o apoio da comunidade e pede que informações sobre o paradeiro de Edmilson sejam repassadas à polícia (190 ou 197) ou a Jó (73) 99986-8014, com sigilo garantido.

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

Incêndio em boate deixa 51 mortos e mais de 100 feridos na Macedônia do Norte

Tragédia aconteceu durante show de um grupo de hip hop lotado de jovens
Ao menos 51 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas em um incêndio na noite deste sábado (15) em uma boate na Macedônia do Norte, informou o Ministério do Interior.

“De acordo com os dados que temos até agora, 51 pessoas perderam a vida e mais de 100 ficaram feridas e foram levadas para hospitais em Stip, Kocani e Skopje”, disse o ministro Pance Toskovski, que esteve no local da tragédia.

O incêndio começou em uma discoteca lotada na cidade de Kocani, a cerca de 100 quilômetros da capital, Skopje, onde tocava um famoso grupo de hip hop e onde estavam “cerca de 1.500 pessoas”, informou a agência local MIA citando o Ministério do Interior.

Segundo o site de notícias SDK, o incêndio começou por volta das 3h locais.

Segundo a agência, o fogo devastou a discoteca “Pulse”, na cidade de cerca de 30 mil habitantes, durante o concerto do DNK, um grupo de hip-hop muito popular no país.

O público do concerto, que começou à meia-noite, era composto principalmente por jovens, segundo a mesma fonte.

O incêndio provavelmente foi causado pelo uso de artefatos pirotécnicos, conforme indicaram alguns relatos da mídia local.

Em vídeos publicados nas redes sociais e filmados antes do incêndio, foi possível ver algumas luzes que pareciam ser de fogos de artifício internos usados durante a apresentação.

Outros vídeos publicados por meios de comunicação locais mostram a entrada do edifício escurecida pelas chamas.

Os feridos foram levados para hospitais das cidades vizinhas. Vinte e sete pessoas foram internadas na clínica cirúrgica “Naum Ohridski” em Skopje, disse ao SDK um médico do estabelecimento, Nebojsa Nastov.

O primeiro-ministro, Hristijan Mickoski, o ministro do Interior, Pance Toskovsky, assim como o diretor do Centro de Gestão de Crises e o diretor do Escritório de Segurança Pública se deslocaram para o local.

Em setembro de 2021, outro grande incêndio impactou o país, quando 14 pessoas morreram em uma unidade para pacientes com Covid-19 em Tetovo (noroeste).

Folhapress
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Quipu: a megaestrutura cósmica que desafia nossa compreensão

Representação artística da teia cósmica, uma vasta estrutura que conecta galáxias e aglomerados ao longo de pontes invisíveis moldadas pela gravidade, com centenas de milhões de anos-luz de extensão.

Cientistas anunciaram em fevereiro a descoberta de uma das maiores estruturas já observadas no nosso Universo conhecido.

Batizada de Quipu, em referência a um antigo sistema de contagem do Império Inca, caracterizado por sua estrutura ramificada, esta superestrutura cósmica se estende por aproximadamente 1,3 bilhão de anos-luz.

Três curiosidades sobre o Quipu
  • Tamanho: é mais de 13 mil vezes o comprimento da Via Láctea.
  • Matéria: tem aproximadamente 200 quatrilhões de massas solares
  • Abrangência: juntamente com outras quatro superestruturas similares identificadas pelo mesmo estudo, abrange cerca de 30% das galáxias, 45% dos aglomerados galácticos, 25% da matéria total e ocupa 13% do volume de TODO o chamado Universo conhecido.
A caça a gigantes cósmicos

A descoberta, liderada pelo astrofísico Hans Böhringer e sua equipe, foi publicada recentemente na revista científica "Astronomy and Astrophysics". Böhringer conta ao g1 que, junto com seus colegas, conseguiu identificar essa superestrutura ao examinar uma região pouco estudada do cosmos, situada entre os redshifts 0,03 e 0,06 – o que significa uma faixa de distância de aproximadamente 424 a 815 milhões de anos-luz da Terra.

O método empregado pelos cientistas envolveu o uso de emissões de raios-X para mapear aglomerados de galáxias que contêm milhares de estrelas e enormes quantidades de gás extremamente quente.

Na prática, estas emissões funcionam como sinalizadores que indicam as regiões mais densas de concentração de matéria, permitindo aos pesquisadores traçar uma espécie teia cósmica.

"Identificamos esses aglomerados de galáxias no Universo próximo por meio de suas emissões de raios-X em um mapa do céu produzido pelo ROSAT [um observatório espacial de raios-X lançado em 1990 pela Agência Espacial Alemã]", explica Böhringer.
Mas para confirmar que estas manchas de raios-X eram, de fato, aglomerados de galáxias, os cientistas usaram também telescópios ópticos e mediram suas distâncias.

"Dessa forma, conseguimos mapear em 3D a distribuição dos aglomerados, que seguem a matéria escura em grande escala, ou seja, se alinham às suas estruturas invisíveis. E ao identificar essas regiões mais densas, encontramos essas superestruturas", detalha o cientista
O superaglomerado Shapley, antes considerado a maior estrutura do Universo, foi superado por pelo menos quatro outras gigantes recém-identificadas, incluindo Quipu.

Do Bing Bang à constante de Hubble

Mas toda essa magnitude tem uma consequência. Isso porque a massa destas superestruturas exerce uma enorme influência em nossas tentativas de observar, medir e compreender o cosmos.

Um efeito significativo disso acontece sobre a radiação cósmica de fundo, uma luz muito antiga que viaja pelo Universo desde seus primórdios e que, quando passa perto de estruturas gigantescas como Quipu, sofre alterações sutis.

E isso faz com que a massa dessas estruturas colossais funcione como uma lente gravitacional, distorcendo levemente a radiação que passa por elas, algo semelhante a como um vidro curvo altera a aparência do que vemos através dele.

Com isso, essas pequenas distorções funcionam ruídos que se misturam ao sinal original da radiação cósmica. E o desafio para os astrônomos é conseguir justamente filtrar esses "ruídos" para estudar a radiação pura.

Sem esse filtro adequado, por exemplo, nossa compreensão do Big Bang e dos primeiros momentos do Universo fica comprometida, pois não conseguimos separar perfeitamente o que são características originais da radiação e o que são alterações causadas por essas gigantescas estruturas espaciais.

Além disso, essas superestruturas podem ainda impactar as medições da constante de Hubble, um valor fundamental na cosmologia que descreve a velocidade de expansão do universo.

Enquanto as galáxias se afastam umas das outras devido à sua expansão, elas também possuem velocidades locais, chamadas de velocidades peculiares ou movimentos de fluxo.

E quando observamos galáxias distantes, precisamos distinguir entre esses dois movimentos. Mas o problema é que as gigantescas massas de estruturas como o Quipu puxam as galáxias ao seu redor, criando "correntes locais" que se misturam ao movimento geral de expansão, dificultando a capacidade de cientistas de medir com precisão a verdadeira taxa de expansão do universo e, consequentemente, ornando o trabalho dos cosmólogos muito mais desafiador.

Cordas cósmicas

Mas apesar do seu tamanho imponente, Quipu apresenta uma característica fascinante: sua estrutura filamentar distinta, semelhante a cordas entrelaçadas – o que inspirou justamente sua comparação com o sistema de contagem inca.

Böhringer diz que essa formação é um resultado natural da evolução cósmica. Ou seja, como o Universo começou com regiões que tinham um pouco mais de matéria que outras, essas áreas mais densas começaram a atrair mais matéria para si devido à gravidade, como um imã cósmico.

Assim, quando essas regiões começaram a se contrair pela gravidade, elas não encolheram igualmente em todas as direções. Em vez disso, primeiro se achataram como uma panqueca. Isso acontece porque, naturalmente, a região se contrai primeiro na direção onde ela é mais fina
Contudo, após formar essa estrutura achatada, o processo continua. A "panqueca" de matéria segue se contraindo, mas na sua segunda dimensão mais estreita. Isso transforma a matéria em um longo filamento - como um cordão cósmico esticado pelo espaço. E é por isso que vemos essas estruturas alongadas que lembram cordas no Universo.

E enquanto as regiões densas formam filamentos, ocorre o oposto nas áreas com pouca matéria. Essas regiões menos densas não sofrem contração - pelo contrário, elas se expandem mais rápido que o resto do universo e formam enormes bolhas praticamente vazias. São os chamados "vazios cósmicos", enormes regiões do espaço com quase nenhuma galáxia.

O resultado final é uma estrutura que lembra uma espuma ou uma teia gigantesca: bolhas vazias cercadas por paredes e filamentos de galáxias. E nas interseções desses filamentos - onde vários "cordões" cósmicos se encontram - formam-se justamente os grandes aglomerados de galáxias, como os nós de uma rede.

O destino de Quipu

Apesar do seu tamanho imponente, Quipu pode, porém, não ser por muito tempo o primeiro colocado na lista das maiores estruturas do universo.

Outras superestruturas cósmicas impressionantes competem pelo título, como o Superaglomerado Laniakea com seus 520 milhões de anos-luz de diâmetro e a Grande Muralha de Sloan, que se estende por mais de um bilhão de anos-luz.

Nessa lista, a concorrente mais séria atualmente é a Grande Muralha de Hércules Corona-Borealis, uma misteriosa concentração de matéria que supostamente mede mais de 10 bilhões de anos-luz, ocupando cerca de 11% do universo observável.

No entanto, ela ainda não foi confirmada como uma estrutura única e interconectada, o que deixa seu status oficial em dúvida.
E os cientistas acreditam que estruturas ainda maiores podem existir em regiões inexploradas do cosmos. Como explica Böhringer, encontrá-las exigiria telescópios muito mais potentes e capacidade para analisar volumes enormes de dados astronômicos.

E o próprio Quipu não permanecerá como uma entidade única eternamente. Por causa da energia escura, uma força misteriosa e repulsiva que atua no Universo, a atração gravitacional não conseguirá manter toda a estrutura unida.

Com o tempo, diferentes partes de Quipu se contrairão separadamente, formando diversos aglomerados de galáxias. Este processo, porém, levará vários "tempos de Hubble" – ou seja, várias vezes a idade atual do Universo.

Para avançar nossa compreensão dessas superestruturas, Böhringer diz que planeja estudar como as galáxias evoluem dentro e fora desses ambientes, investigar o efeito de lente gravitacional que essas massas enormes podem produzir, e analisar como elas interagem com a radiação cósmica de fundo.
"Estamos avaliando formas de aprimorar este estudo", completa.

No hospital, papa Francisco autoriza novo ciclo de reformas na Igreja Católica

Pontífice quer tornar a instituição mais 'acolhedora e responsiva'. Ele está internado há um mês para tratar uma bronquite.

Mesmo no início da quinta semana de internação para tratar uma pneumonia, o Papa Francisco continua trabalhando em uma das principais prioridades de seu papado: uma reforma da Igreja Católica, para que ela seja uma instituição mais acolhedora e responsiva.

Trabalhando no hospital Gemelli, o pontífice aprovou o processo de implementação das mudanças. O escritório do Vaticano para o sínodo, ou reunião de bispos, divulgou um cronograma até 2028 para concretizar a reforma.

Sinais de melhora

O Vaticano anunciou, nesta sexta-feira (14), que forneceria atualizações médicas sobre o papa com menos frequência, após o "desenvolvimento positivo" do quadro. Os avisos matinais de que Francisco havia dormido bem também foram interrompidos.

Os médicos disseram, nesta semana, que o pontífice de 88 anos não está mais em estado crítico — mas enfatizaram que, ainda assim, as condições de saúde continuam complexas (devido à sua idade, à falta de mobilidade e à perda de parte de um pulmão quando era jovem).

Neste sábado (15), o Vaticano informou que o papa permanece estável no hospital, "confirmando o progresso" na semana passada. Por causa disso, os médicos estão "reduzindo gradualmente" o uso de ventilação mecânica à noite.

Francisco foi internado no hospital em 14 de fevereiro, após um surto de bronquite que o impediu de falar. Os médicos logo adicionaram um diagnóstico de pneumonia dupla e uma infecção polimicrobiana (bacteriana, viral e fúngica) .
As três primeiras semanas de sua hospitalização foram marcadas por uma montanha-russa de contratempos, incluindo crises respiratórias, insuficiência renal leve e um forte ataque de tosse.

Mas as atualizações médicas desta semana se concentraram em sua terapia física e respiratória contínua, bem como na rotação de oxigênio de alto fluxo por tubos nasais durante o dia e uma máscara de ventilação não invasiva à noite para ajudar a garantir seu descanso. Um raio-X confirmou que a infecção estava desaparecendo.

O papa participou esta semana de exercícios espirituais quaresmais no hospital, o que autoridades do Vaticano disseram que implicava uma carga de trabalho mais leve. Ele recebeu um bolo e centenas de mensagens desejando-lhe boa sorte no 12º aniversário de seu papado na quinta-feira.

O único sinal público de vida do papa desde sua hospitalização foi uma mensagem de áudio em que ele, com voz fraca, agradeceu pelas orações.

Nos últimos quatro domingos, a tradicional bênção que o papa dá de uma janela com vista para a Praça de São Pedro foi divulgada como um texto.

Trump emite ordem executiva para desmantelar 7 órgãos governamentais, inclusive de rádio


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o desmantelamento de sete órgãos governamentais, incluindo a matriz do serviço de radiodifusão internacional Voz da América e outro que foca em resolver problemas de sem-tetos.

A ordem executiva, divulgada na noite de sexta-feira, 14, faz parte da missão de reduzir o tamanho do governo federal e testará os limites do poder presidencial, uma vez que a maioria dos pequenos órgãos foi criada por estatuto pelo Congresso. A ordem instrui que os órgãos sejam “eliminados na máxima extensão permitida pela lei aplicável”.

Um dos órgãos que a ordem executiva busca eliminar é a Agência dos Estados Unidos para a Mídia Global, que é a matriz para a Voz da América e a Radio Free Europe/Radio Liberty. Essas organizações foram estabelecidas para enfatizar os valores democráticos, fornecendo notícias em países onde a imprensa livre é ameaçada, incluindo Afeganistão, Irã, Paquistão, Rússia e Ucrânia. As organizações empregam milhares de jornalistas. Alguns funcionários da Voz da América receberam um e-mail neste sábado informando que seu emprego foi encerrado.

Os outros órgãos incluídos na ordem de Trump foram: o Serviço Federal de Mediação e Conciliação, formado para facilitar conflitos entre trabalho e gestão; o Centro Internacional Woodrow Wilson para Acadêmicos, um think tank; o Instituto de Serviços de Museus e Bibliotecas, que fornece subsídios a bibliotecas e museus; o Conselho Interagências dos Estados Unidos sobre Sem-teto; o Fundo de Instituições Financeiras de Desenvolvimento Comunitário, que promove o acesso ao capital e o crescimento econômico local; e a Agência de Desenvolvimento de Negócios de Minorias, que está sob o Departamento de Comércio. Fonte: Dow Jones Newswires.
Estadão Conteúdo

Demora do STF sobre Lei da Anistia me envergonha, diz Marcelo Rubens Paiva a Cármen Lúcia

O escritor Marcelo Rubens Paiva disse neste sábado (15) à ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), que a atuação da corte em relação à Lei da Anistia da ditadura militar o envergonha.

Atualmente tramitam no Supremo três processos que tratam dessa norma, que perdoou autores de crimes políticos ou conexos cometidos entre 1961 e 1979, impedindo a punição a torturadores e responsáveis pela morte de opositores durante o regime.

A movimentação na corte foi impulsionada pela repercussão do filme “Ainda Estou Aqui”, que conta a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, pai de Marcelo.

“Por que o Supremo precisou esperar tanto tempo para julgar essa lei [da Anistia]? Isso me envergonha”, disse o escritor dirigindo-se para Cármen, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em evento na Faculdade de Direito da USP sobre os 40 anos da redemocratização.

Na mesa, estavam presentes também as professoras Nina Ranieri e Lilia Schwarcz, da USP, Lucineia Rosa dos Santos (PUC-SP), além dos supracitados Marcelo Rubens Paiva e Carmen Lúcia. A mediação foi da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha.

Em sua fala, Marcelo lembrou a luta por justiça levada adiante por sua mãe, Eunice Paiva, retratada no filme por Fernanda Torres.

“A Lei da Anistia foi aprovada pelo governo [do último presidente da ditadura, João] Figueiredo. Uma lei feita para proteger os torturadores, que ficou parada por dez anos na gaveta do Supremo. Minha mãe luta contra essa lei desde 1971.”

“O torturador do meu pai ainda está vivo, morando em Botafogo e recebendo aposentadoria. Dos seis acusados, três já morreram, dois ainda vivem”, completou.

Ele também se manifestou contra os movimentos de bolsonaristas por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É urgente que se vote a Lei da Anistia e, mais que isso, que não haja anistia a golpistas. Sem anistia”, disse.

Marcelo afirmou também que “o mundo inteiro está torcendo por esse julgamento”, referindo-se à denúncia contra Bolsonaro e mais 33 acusados no caso da trama golpista de 2022.

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) vai decidir, nos dias 25 e 26 de março, se aceita ou não a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República).

Marcelo também questionou o público do evento sobre a urgência de uma mobilização popular, pedindo para que as pessoas voltem às ruas e lutem por causas sociais, como o combate ao feminicídio, o direito à interrupção da gravidez, questões raciais e contra a anistia de golpistas.

“Eu acho que o governo tem que ser mais valioso, mais participativo. Mas é preciso, é urgente: precisamos voltar às ruas.” Ele cita ainda que as eleições estão se aproximando e há o risco de um retorno da extrema direita ao poder.

“Cadê Simone Tebet? Geraldo Alckmin e o PSDB? Nós temos que reconstruir a frente ampla que derrotou Bolsonaro. Vamos voltar às ruas e à luta para que o fascismo não volte ao poder.”

Cármen não comentou as declarações de Marcelo. No evento, ela falou antes do escritor e disse que sua geração lutou pela anistia.

“Portanto, lutamos pela anistia, que a gente queria uma ampla, geral e irrestrita. Tem anistia precária, mas nós saímos às ruas naqueles dias, saímos, chorávamos e no dia seguinte continuávamos as brigas”.

A ministra citou sua a sua trajetória acadêmica e política e falou da importância da democracia como uma construção contínua, mas não fez menção ao julgamento que envolve Jair Bolsonaro.

Em sua fala, mencionou ainda a violência contra mulheres e a exclusão de grupos marginalizados que, segundo ela, deixam claro que a democracia brasileira ainda não é plena.

Raíssa Basílio e Géssica Brandino, Folhapress

Trump anuncia operação militar 'decisiva e contundente' contra rebeldes Houthis no Iêmen

Presidente dos EUA também ameaçou o Irã e disse que o apoio do país ao grupo 'deve acabar imediatamente'. Pelo menos nove civis morreram, afirmaram os Houthis.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump ordenou uma operação militar "decisiva e contundente" contra rebeldes Houthis no Iêmen. Segundo ele, soldados americanos estão realizando ataques aéreos neste sábado (15) contra as bases do grupo.

Pelo menos nove civis morreram e nove ficaram feridos nos ataques dos EUA, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelos Houthis.

https://g1.globo.com/mundo/video/fumaca-e-vista-no-ceu-de-sana-capital-do-iemen-13428821.ghtml

"Nossos bravos combatentes estão agora realizando ataques aéreos contra as bases terroristas, líderes e defesas de mísseis para proteger os ativos marítimos, aéreos e navais americanos e para restaurar a liberdade de navegação", escreveu Trump em sua rede social.

Conforme o Washington Post, navios de guerra e jatos dos EUA lançaram ataques em todo o Iêmen, mirando radares, locais de defesa aérea e pontos de lançamento de drones.

Um vídeo obtido pela Reuters mostra fumaça na capital do país, Sana (veja acima). "As explosões foram violentas e sacudiram o bairro como um terremoto. Elas aterrorizaram nossas mulheres e crianças", disse um dos moradores, que se identificou como Abdullah Yahia, à agência.

Os ataques ocorreram poucos dias após os Houthis, aliados do Irã, anunciarem planos de retomar os ataques a navios israelenses que passavam pelos mares Vermelho e Arábico, pelo Estreito de Bab al-Mandab e pelo Golfo de Áden, encerrando um período de relativa calma iniciado em janeiro com o cessar-fogo em Gaza.

Os Houthis lançaram mais de 100 ataques contra navios a partir de novembro de 2023, dizendo que estavam em solidariedade aos palestinos pela guerra de Israel com o Hamas em Gaza.

Durante esse período, o grupo afundou dois navios, apreendeu outro e matou pelo menos quatro marinheiros em uma ofensiva que interrompeu o transporte marítimo global, forçando as empresas a redirecionarem suas rotas para viagens mais longas e caras pelo sul da África.

Na rede social, Trump disse que os Houthis "travaram uma campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo contra a América e navios, aeronaves e drones americanos".
"O ataque Houthi a embarcações americanas não será tolerado. Usaremos força letal esmagadora até atingirmos nosso objetivo", escreveu. Se os ataques não pararem, "o inferno vai cair sobre vocês como nada que vocês já viram antes".

Na publicação, o presidente americano ainda ameaçou o Irã e disse que o apoio do país aos Houthis "deve acabar imediatamente". Ele disse que, se o Irã ameaçar os EUA ou as rotas de navegação pelo mundo, será responsabilizado. "E não seremos gentis sobre isso", completou.
Quem são os Houthis?

Os Houthis pertencem ao chamado "Eixo de Resistência", uma rede de organizações simpáticas ao Irã e hostis ao Estado de Israel, que inclui o Hezbollah libanês, o Hamas e o regime sírio deposto de Bashar al Assad.

A organização surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Os Houthis ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003. Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Houthis e Guerra do Iêmen: 10 anos de conflito

A guerra do Iêmen começou em 2014, quando os Houthis saíram do norte do país e tomaram a capital, Sanaa, forçando o governo reconhecido internacionalmente a fugir para o sul e depois para o exílio.
A Arábia Saudita entrou na guerra em 2015, liderando uma coalizão militar com os Emirados Árabes Unidos e outras nações árabes. O grupo, apoiado pelos Estados Unidos, realizou uma campanha de bombardeios destrutivos e apoia as forças governamentais e as milícias no sul do território iemenita.
Com o passar do tempo, o conflito se tornou uma guerra indireta entre Arábia Saudita e Irã e seus respectivos apoiadores. Por exemplo, de acordo com um relatório publicado em janeiro de 2023, armas fornecidas pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos e usadas pela coalizão mataram dezenas de pessoas no conflito.

Há anos, nenhum dos lados obtém ganhos territoriais: enquanto os houthis mantêm seu controle sobre o norte, Sanaa, e grande parte do oeste densamente povoado, o governo e as milícias controlam o sul e o leste, incluindo as principais áreas centrais, onde estão a maior parte das reservas de petróleo iemenitas.
A guerra no Iêmen foi classificada pela ONU como o mais grave desastre humanitário da atualidade, com deslocamento interno de mais de 4,5 milhões de pessoas e 80% da população vivendo na pobreza. As mais afetadas são as crianças: cerca de 11 milhões delas vivem em situação desesperadora e precisam de ajuda, segundo as Nações Unidas.
Por: G1

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