Drones fecham aeroportos de Moscou na véspera da visita de Lula a Putin

Pelo terceiro dia consecutivo Ucrânia e Rússia trocaram violentos ataques de drones dirigidos contra as respectivas capitais. Kiev registrou duas mortes, e Moscou fechou seus quatro aeroportos por diversas horas na madrugada desta quarta-feira (7).

O recrudescimento do conflito ocorre às vésperas da celebração em Moscou dos 80 anos da Grande Vitória, como os russos descrevem a rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho da capital russa para a parada militar, ponto alto do evento organizado por Vladimir Putin, previsto para sexta-feira (9). Seu trajeto não foi prejudicado, segundo a assessoria da Presidência.

Lula decolou de Brasília por volta das 22h de terça-feira (6), num Airbus da FAB (Força Aérea Brasileira). A comitiva presidencial fez uma parada em Casablanca, no Marrocos, onde fez uma troca de aeronave já estava prevista no roteiro e embarcou em um ERJ da Embraer, também operado pela Aeronáutica. A decolagem em direção a Moscou ocorreu pouco depois das 7h no horário de Brasília.

No fim de semana, o voo que levava a primeira-dama Rosângela Lula da Silva para Moscou sofreu atraso depois que três países recusaram autorização de uso do espaço aéreo. A União Europeia está em litígio com a Rússia desde a invasão da Ucrânia ordenada por Putin, em 2022, e as sanções econômicas impostas a empresas e cidadãos do país prejudicam as conexões aéreas.

Para chegar a Moscou saindo de algum aeroporto da União Europeia, é preciso fazer escala fora do bloco, em países como Sérvia, Geórgia ou Turquia. Em Istambul, ao menos três voos para localidades russas foram cancelados durante a madrugada “por motivos de força maior”.

Segundo funcionários da Turkish Airlines, o espaço aéreo nos principais aeroportos russos haviam sido fechados após a detecção de drones. “É um país em guerra”, afirmou um deles, tentando acalmar dezenas de passageiros.

Pelo menos 350 voos foram cancelados ou atrasados na Rússia desde terça-feira (6) devido aos ataques ucranianos com drones, segundo a associação de operadores de turismo do país, na véspera dos atos de comemoração da vitória sobre a Alemanha nazista com a presença de quase 30 líderes estrangeiros.

“Afetou pelo menos 350 voos e os planos de viagem de pelo menos 60 mil passageiros”, afirmou a Associação de Operadores de Turismo da Rússia em comunicado.

Nesta quarta, o Kremlin afirmou que os serviços militares e de inteligência estão adotando as medidas necessárias para garantir a segurança durante as celebrações, incluindo uma limitação do acesso à internet em Moscou. O governo disse ainda que a ofensiva de Kiev à capital russa demonstra uma tendência ucraniana em cometer atos de terrorismo.

Putin havia proposto um cessar-fogo de três dias para esta semana, quando será anfitrião de Lula, Xi Jinping e outras duas dezenas de líderes políticos. Volodimir Zelenski classificou a oferta como hipócrita e desafiou o presidente russo a cumprir os 30 dias de cessar-fogo previstos nas recentes negociações capitaneadas pelos EUA.

O presidente ucraniano afirmou ainda que não poderia se responsabilizar pela segurança de autoridades de outros países na capital russa, justificando que não era seu papel “criar uma atmosfera agradável que permita a saída de Putin do isolamento em 9 de maio”.

Na Europa, a celebração chama a atenção pela quantidade de ditadores, autocratas e populistas, como o venezuelano Nicolás Maduro, o cubano Miguel Díaz-Canel e o eslovaco Robert Fico. Alguns alegaram doença para não comparecer, como o presidente sérvio, Aleksandar Suvic, que chegou a ser ameaçado de punição pela União Europeia.

O noticiário do continente também analisa a presença de Xi Jinping, mas com viés menos ideológico. O líder chinês se equilibra entre o apoio a Putin, isolado pelo ocidente devido à guerra na Ucrânia, e a aproximação comercial com União Europeia, que se tornou ainda mais estratégica para os dois lados após a ofensiva tarifária de Donald Trump.

Na sequência da passagem por Moscou, Xi receberá Lula em Pequim para uma visita oficial de dois dias.

José Henrique Mariante/Folhapress

Prefeitura de Ipiaú promove mais uma edição do Projeto Prefeitura nos Bairros no bairro Dois de Dezembro

A Prefeitura de Ipiaú realizou, nesta terça-feira (06), mais uma edição do projeto Prefeitura nos Bairros, levando serviços essenciais, apresentações culturais e, principalmente, promovendo o diálogo direto entre a gestão municipal e a comunidade. O encontro aconteceu na Praça Dionísia Costa, no bairro Dois de Dezembro, e contou com a presença da prefeita Laryssa Dias, além dos titulares de cada secretaria.

O projeto tem como objetivo aproximar a gestão da população, oferecendo importantes serviços nas diversas áreas administrativas. Durante o evento, a comunidade pôde apresentar suas demandas e sugestões diretamente à prefeita, que reafirmou seu compromisso com a iniciativa: "Queremos ouvir cada cidadão, entender as necessidades de perto e construir juntos uma cidade modelo para todos."

A Unidade de Saúde Alípio Correia realizou atendimentos médicos, consultas, vacinação e outros serviços de promoção à saúde. Na área de assistência social, o CRAS e o CREAS disponibilizaram orientação jurídica, emissão do passe livre, PCS interestadual e intermunicipal, carteirinha do idoso, ID Jovem, além de atividades de convivência como aulão educativo, balé e teatro.

A cultura foi contemplada com um circuito esportivo, o projeto Cine Secult e inscrições para cursos de teatro e dança. No desenvolvimento urbano, a comunidade pôde realizar cadastro para vagas de estacionamento destinadas a idosos e pessoas com autismo.

Nos serviços públicos, a Embasa montou um balcão de atendimento para solucionar dúvidas e encaminhamentos. Já na área da educação, a Biblioteca Itinerante promoveu contação de histórias, projeto de iniciação científica, apresentações teatrais, cantinho lúdico, pula-pula e outras atrações para as crianças.

O desenvolvimento econômico também esteve presente com o stand do programa Emprega Ipiaú, oferecendo orientação sobre linhas de crédito, regularização e baixa de empresas, emissão de documentos como DARF e DAM, além de serviços de assessoria jurídica ao cidadão.

Fernando Canuth / Decom PMI

Capixaba" morre em confronto com o PETO em Prado após denúncia de tráfico

Prado: Um homem conhecido pelo vulgo de "Capixaba" morreu na manhã desta terça-feira, 06 de maio, por volta das 06h20, após um confronto com policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) da 88ª CIPM/Alcobaça, na Rua São Paulo, no município de Prado.

Segundo informações da polícia, o PETO foi acionado para atender a denúncias sobre um indivíduo praticando tráfico de drogas na localidade. Ao chegarem ao endereço indicado, os policiais avistaram um homem com as características descritas na denúncia.

Ao perceber a aproximação da viatura, o suspeito efetuou um disparo de arma de fogo e correu para dentro de uma residência próxima. Os policiais realizaram um cerco tático e deram voz de abordagem. No interior do imóvel, foram recebidos com novos disparos, o que levou ao revide por parte da guarnição.
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Após cessar a troca de tiros, o indivíduo foi encontrado caído ao solo, ainda portando uma arma de fogo. Os policiais imediatamente prestaram socorro ao resistente, que foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Prado.

No entanto, devido à gravidade dos ferimentos, "Capixaba" não resistiu e morreu na unidade hospitalar. O corpo do homem, que ainda não foi formalmente identificado, foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) de Itamaraju para a realização de exames de medicina legal e posterior liberação para a família.

Todo o material apreendido durante a ação policial foi apresentado na Delegacia Territorial de Prado para a adoção das medidas legais cabíveis.

Por: Lenio Cidreira/Liberdadenews

Copom deve elevar Selic ao maior nível de juros registrado em quase 20 anos

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve elevar nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, a 14,75% ao ano –mesmo nível registrado em agosto de 2006. Essa é a expectativa majoritária de analistas do mercado financeiro, que também preveem mudança na comunicação do colegiado sobre seus próximos passos.

Das 32 instituições ouvidas pela Bloomberg, 31 esperam alta de 0,5 ponto percentual. E uma, de 0,25 ponto percentual.

Incerteza, cautela e flexibilidade são alguns dos termos usados recentemente pelos membros do Copom em declarações públicas que, na visão dos economistas, reforçam o cenário projetado.

Quanto ao fim do ciclo de alta de juros, há divergência entre os agentes econômicos. Enquanto uma parcela estima um aumento residual em junho, outra fatia aposta que a elevação desta quarta será a última feita pelo Copom.

O comportamento das expectativas de inflação, do câmbio e a da economia global entram no cálculo do mercado, que também pondera as decisões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em meio à guerra comercial imposta pelos Estados Unidos.

Apesar da pressão do presidente Donald Trump pela redução dos juros nos EUA, é dado como certo que o Fed manterá inalterada a taxa básica no atual intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano nesta “superquarta” —dia em que os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem o rumo dos juros de suas respectivas economias.

No Brasil, também vem ganhando peso a avaliação de que há espaço para o início do ciclo de flexibilização de juros ainda neste ano. Segundo o boletim Focus, a mediana das projeções para a Selic em 2025 ficou em 14,75%. Essa foi a primeira queda depois de 16 semanas com a estimativa de 15%.

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e consultor da A.C. Pastore, projeta alta de juros de 0,5 ponto percentual, mas não descarta um cenário alternativo de aumento de menor intensidade, de 0,25 ponto. Para junho, prevê o fim do ciclo, com a Selic em 15% ao ano.

Segundo o economista, o panorama atual da economia brasileira não é bom, com a inflação muito distante da meta de 3% e sem sinais de que o hiato do produto se tornou menos positivo. Isso significa que a atividade continua operando acima do seu potencial e sujeita a pressões inflacionárias.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que sinaliza tendência para o índice oficial de inflação, somou 5,49% no acumulado de 12 meses até abril, puxado por aumentos nos preços dos alimentos e de gastos com saúde.

A taxa de desemprego subiu a 7% no primeiro trimestre. Apesar do avanço, foi o menor resultado para o período na série da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), iniciada em 2012. Com a força do emprego formal, a renda média da população também voltou a bater recorde.

Para Schwartsman, há ainda um “véu gigantesco” de incerteza à frente devido à guerra comercial aberta pelos Estados Unidos. Com isso, ele espera que o Copom não dê qualquer sinalização sobre o que pretende fazer na próxima reunião, em junho. “Se amarrar de alguma maneira pode sempre acabar custando em termos de credibilidade”, afirma.

O tarifaço imposto por Trump levou algumas instituições financeiras, como o Santander, a revisar sua projeção para a Selic. O banco espera o fim do ciclo de alta de juros já na reunião desta quarta, com um aumento de 0,5 ponto percentual.

Marco Antonio Caruso, economista do Santander, considera a expectativa de um efeito desinflacionário para o Brasil, com redução dos preços de commodities e apreciação do câmbio. Em março, a cotação do dólar usada pelo comitê foi de R$ 5,80 –cifra que deve cair a R$ 5,70 nesta quarta.

Ele também avalia que as falas públicas do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e dos diretores da instituição sinalizam que o momento “de parar para olhar” está próximo, considerando o avanço do ciclo de alta da Selic.

“Um juro real de 9,5% é bastante até para a história brasileira”, diz. “Se você quer cautela, quer flexibilidade e [o cenário] está incerto, está chegando o momento de reduzir o passo. Não agora porque ainda temos uma desancoragem das expectativas de inflação persistente [distante da meta].”

Para Caruso, o BC deve adotar um “guidance light”, dando pistas sobre os próximos passos, sem ser categórico. O economista considera que o colegiado poderia seguir os moldes do comunicado divulgado em agosto de 2022.

Naquela ocasião, o comitê disse que avaliaria “a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião” e enfatizou que seguiria vigilante e que os passos futuros da política monetária poderiam ser ajustados.

Segundo o economista, o colegiado do BC estava pronto para encerrar o ciclo de alta de juros, mas avaliaria a necessidade de um aumento derradeiro de 0,25 ponto percentual. “Esse é o tipo de comunicação que eu entendo que eles poderiam fazer”, diz.

Para Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, será difícil o Copom encerrar o ciclo de alta de juros agora em maio diante de um cenário em que as expectativas de inflação estacionaram em um patamar distante da meta e que a inflação corrente continua “salgada”.

Ela ressalta também que, quando o BC está perto de dar o trabalho por encerrado, os membros do colegiado buscam enfatizar que grande parte do ajuste na taxa de juros foi feita. Discurso que não tem sido adotado por Galípolo nem pelos diretores.

Com isso em vista, a economista prevê um aumento de 0,5 ponto percentual nesta quarta e outro de 0,25 ponto no encontro de junho, levando a Selic a 15% ao ano.

Quanto à sinalização dos passos futuros, ela acredita que o Copom não vai se comprometer com um número fechado para junho, mas deve mencionar a intenção de um ajuste de menor magnitude no encontro seguinte. Também espera maior ênfase de que o BC estará mais dependente da evolução dos dados econômicos.

Pinheiro vê chance de corte de juros em dezembro, quando projeta uma redução um pouco mais agressiva que o restante do mercado no primeiro movimento, de 0,5 ponto percentual.

“A gente tem o efeito da política monetária, a possibilidade de desinflação por conta do tarifaço dos Estados Unidos, e a gente precisa de uma política fiscal bem comportada, comprometida com as metas de resultado primário. A combinação desses três fatores abre espaço para o Banco Central começar a cortar juros no final do ano”, afirma.

Nathalia Garcia/Folhapress

Ratinho Jr. defende que cada estado possa ter sua própria lei penal

Pré-candidato a presidente, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), defendeu nesta terça-feira (6), em palestra no Secovi-SP (sindicato patronal do setor imobiliário), que cada estado tenha autoridade para fazer sua própria legislação penal, como forma de resolver a questão da violência no país.

No discurso, Ratinho Jr. afirmou que faria uma emenda na Constituição “delegando aos estados a autoridade para fazer a sua legislação penal”.

“Porque eu tenho certeza que se eu mandar uma legislação para a minha Assembleia Legislativa que um assassino, um criminoso que mata um trabalhador, vai ficar 40 anos na cadeia, na minha Assembleia aprova”, afirma. Ele também exemplificou com o caso de feminicídio e disse que os deputados estaduais do Paraná aprovariam aumento da pena.

“Não é possível o cara matar uma pessoa, pegar oito anos de cadeia e em dois estar solto. Isso não é um país sério”, complementou.

Ratinho Jr. afirmou ainda não estar jogando a culpa no Congresso e disse que os parlamentares têm muita coisa para resolver, o que não permite que deem a velocidade que a segurança pública precisa.

“E até porque os crimes são diferentes regionalmente. Às vezes, São Paulo tem um problema de roubo de cabo, no outro estado é roubo de celular, no outro é furto de bicicleta. São crimes, em tese, pequenos, mas que trazem para a população uma sensação de insegurança”, ressalta.

Ele também alfinetou o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça), que afirmou em março que a polícia prendia mal e a Justiça era obrigada a soltar.

“E o problema não está na polícia que prende. A nossa polícia brasileira prende demais. O problema é que o preso não fica preso, o bandido não fica preso. Então, é um problema de punição”, complementou o governador, antes de acrescentar não ser especialista em Direito, mas que está falando com alguns sobre o tema.

Fábio Zanini/Folhapress

Conclave, a espera pela fumaça branca no céu do Vaticano - O Assunto #1461

Votação para escolha do novo líder da igreja católica começa nesta quarta-feira (7). 133 cardeais de 70 países se reúnem em absoluto sigilo na capela Sistina.
"Extra omnes". Estas são as palavras ditas por um oficial do Vaticano ao fechar as portas da Capela Sistina. Do latim “todos para fora”, elas dão início ao processo sigiloso que, a partir da manhã desta quarta-feira, vai eleger o sucessor do Papa Francisco. A eleição do sumo pontífice terá a presença de 133 cardeais de 70 países – para que o novo papa seja eleito, é preciso que ele tenha 89 votos.

Sem candidatos oficiais, o processo pode levar dias, como explica a vaticanista Mirticeli Medeiros em conversa com Natuza Nery neste episódio. Ph.D em história do catolicismo pela Universidade Gregoriana e correspondente da GloboNews na Itália, Mirticeli lista quais são os nomes cotados para ser o novo Papa e as chances de um cardeal brasileiro ser o escolhido por seus pares: “é improvável, mas não impossível”, diz.

 https://g1.globo.com/mundo/video/g1-no-vaticano-comeca-a-missa-pre-conclave-veja-como-vai-ser-o-primeiro-dia-13575409.ghtml

Direto de Roma, Mirticeli relata qual o clima na cidade e como o processo de “internacionalização” do colégio de cardeais pode dificultar um consenso. “Muitos nem se conhecem e há barreiras linguísticas”, diz. Ela conta quais temas foram discutidos nas reuniões pré-conclave e dá detalhes sobre figuras pouco conhecidas, os chamados “pope makers”, uma espécie de “cabo eleitoral” que ajuda cardeais indecisos a escolher um candidato.
O que você precisa saber:

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