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Ipec: com 52% contra 48% dos votos válidos, Jerônimo e Neto surgem empatados tecnicamente

De acordo com pesquisa Ipec, divulgada nesta sexta-feira (21) pela TV Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil), candidatos ao governo do Estado, estão empatados tecnicamente.

O levantamento aponta que o petista tem 52% dos votos válidos contra 48% do ex-prefeito de Salvador.

No cenário espontâneo, quando os nomes não são apresentados, a disputa é ainda mais acirrada entre Neto e Jerônimo. O ex-secretário da Educação aparece com 41%, enquanto ACM Neto pontua com 40%, diferença de apenas um ponto percentual.

A pesquisa mostra que 39% já decidiram pelo voto no ex-prefeito de Salvador, enquanto 41% em Jerônimo. Contudo, levando em conta o potencial de voto, ACM Neto leva vantagem sobre Jerônimo. A pesquisa mostra que 17% dos entrevistados disseram que poderiam votar em Neto, que tem cinco pontos à frente do candidato do PT, que tem 12%. Neste cenário, Neto poderia chegar a 56%, enquanto Jerônimo a 53%.

O levantamento do Ipec foi realizado entre os dias 18 e 20 de outubro e ouviu 1504 pessoas em 74 municípios da Bahia. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número BA‐07302/2022.
Mateus Soares

Plano de militares para fiscalização de urnas prevê 8 etapas e fim só em janeiro

O trabalho de fiscalização do processo eleitoral feito pelas Forças Armadas prevê uma última etapa de análise de dados sobre as urnas eletrônicas que deve ocorrer até dois meses após as eleições, com término previsto para 5 de janeiro de 2023.

A última fase está detalhada no plano de trabalho produzido pelas Forças Armadas, documento ao qual a Folha teve acesso.

No texto, os militares destacam que a fiscalização das eleições foi dividida em oito etapas. A última, que será realizada após o pleito, envolve a “coleta e análise de artefatos relacionados às urnas”.

No documento, as Forças Armadas afirmam que, após a eleição, há novas oportunidades de análise de dados que podem dar “subsídio para identificar anomalias” no processo de votação. O texto é assinado pelo coronel Marcelo Nogueira, chefe da equipe de fiscalização do sistema eleitoral das Forças Armadas.

De acordo com o plano, a última etapa será executada por militares especializados em processamento e análise de dados, mediante uma consulta aos comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.

O trabalho envolve analisar uma série de conjuntos de dados fornecidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com destaque para a comparação dos Boletins de Urna com os RDVs (Registros Digitais de Voto).

O Registro Digital do Voto é um mecanismo que permite recuperar voto por voto para uma recontagem eletrônica. A soma dos votos deve ser sempre igual aos dados do Boletim de Urna. No RDV, os dados são gravados de forma aleatória, para não revelar a ordem dos votantes e garantir o sigilo dos eleitores.

O mecanismo é disponibilizado pelo TSE às entidades fiscalizadoras —e, com ele em mãos, os militares pretendem checar se os votos registrados nos Boletins de Urna são os mesmos computados no RDV.

As Forças Armadas ainda pretendem analisar os logs das urnas, examinar os arquivos de imagem dos Boletins de Urna e verificar os arquivos de dados de votação por seção eleitoral, entre outros pontos.

Em nota, o TSE afirmou que todos os dados previstos para análise das Forças Armadas são disponibilizados às entidades fiscalizadoras, conforme resolução do tribunal. Procurado, o Ministério da Defesa não se manifestou.

As Forças Armadas foram incluídas como entidades fiscalizadoras das eleições pela primeira vez no ano passado, por decisão do então presidente do TSE Luís Roberto Barroso.

Desde então, os militares romperam um silêncio de 25 anos e passaram a fazer questionamentos à Justiça Eleitoral e solicitar dados de eleições anteriores, para entender o funcionamento do sistema eletrônico de votação.

A atuação das Forças Armadas tem sido utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para intensificar os ataques às urnas eletrônicas. O presidente tem um histórico de declarações golpistas e já colocou em dúvida a realização do próprio pleito.

O documento obtido pela Folha ainda destaca que a checagem paralela dos Boletins de Urna pelos militares estava prevista para ser realizada e finalizada no dia da eleição. Esta era a sétima etapa de fiscalização do pleito.

Segundo o plano de trabalho, o objetivo era validar a base de dados da totalização, realizando “a coleta, por amostragem, de BU [Boletim de Urna], em seguida, realizando a totalização utilizando as informações completas da base de dados do TSE”.

O plano inicial das Forças Armadas previa analisar 385 Boletins de Urna, comparando os dados com aqueles que são transmitidos para o TSE e contados pela Justiça Eleitoral. Os militares, no entanto, decidiram aumentar a amostra para cerca de 500 boletins.

A etapa foi executada da seguinte forma: militares de 153 municípios foram convocados para ir a seções eleitorais logo após o fim da votação. No local, eles tiraram fotos dos Boletins de Urna e enviaram os arquivos para uma equipe de técnicos das Forças Armadas, em Brasília, que fez a conferência dos dados.

No segundo turno, os militares farão a mesma checagem da totalização dos votos. No primeiro turno, não foram encontradas divergências nos dados do TSE, segundo militares com conhecimento do assunto.

Generais e coronéis ouvidos pela Folha afirmam que somente após a conclusão de todas as etapas da fiscalização é que será possível finalizar um relatório completo sobre as eleições de 2022.

Apesar disso, os militares têm produzido documentos internos com as conclusões de cada uma das etapas da fiscalização.

Esses relatórios foram solicitados pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ao Ministério da Defesa na última terça-feira (18). Em decisão, o ministro disse que, diante de notícias sobre o repasse de informações das Forças Armadas a Bolsonaro, a atuação dos militares poderia configurar infração.

“As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”, disse Moraes.

Em resposta ao TSE, as Forças Armadas afirmaram que ainda não concluíram o trabalho de fiscalização das eleições. “A emissão de um relatório parcial, baseado em fragmentos de informação, pode resultar-se inconsistente com as conclusões finais do trabalho, razão pela qual não foi emitido.”

No documento encaminhado ao tribunal, os militares ainda disseram que vão enviar o relatório conclusivo sobre a fiscalização à Justiça Eleitoral “em até 30 dias após o encerramento da etapa 8 do plano de trabalho” –ou seja, até o início de fevereiro.

No fim do primeiro turno, Bolsonaro disse que esperaria a conclusão dos trabalhos das Forças Armadas para se manifestar sobre possíveis fraudes no sistema eleitoral.

“Vou aguardar o parecer aqui das Forças Armadas que ficaram presentes hoje lá na sala cofre. Repito, elas foram convidadas a participar, integrar uma comissão de transparência eleitoral. Então isso aí fica a cargo do ministro da Defesa”, disse Bolsonaro na noite de 2 de outubro.

Na quarta-feira (19), o presidente mudou o discurso e, alinhado ao Ministério da Defesa, passou a dizer que não havia relatório sobre a fiscalização dos militares.

“Olha, as Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Furada, fake news”, afirmou.

Cézar Feitoza/Folhapress

Alexandre de Moraes tenta forçar acordo entre Lula e Bolsonaro para fim de ataques na TV


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, convocou advogados da campanha de Lula e de Jair Bolsonaro na quinta (20) para tentar um acordo em que os dois lados abririam mão de direitos de resposta nos programas de rádio e TV do adversário. E passariam, daqui em diante, a veicular apenas ideias propositivas em suas respectivas propagandas eleitorais.

Os advogados do PT consultaram a direção da campanha de Lula, que recusou.

Nesta semana, o petista ganhou o direito de veicular 184 inserções no tempo destinado a Bolsonaro como respostas aos ataques da campanha do presidente que afirmavam que ele foi o mais votado em presídios brasileiros, associando-o a criminosos.

Desde então, a pressão da campanha de Bolsonaro sobre o tribunal se intensificou. Ao ser obrigado a ceder tempo de TV ao adversário, o presidente perderia a oportunidade de bombardear eleitores com suas mensagens na reta final da campanha.

Bolsonaro também ganhou o direito de veicular direito de resposta na propaganda de Lula, mas em número muito menor.

Ele teria 14 inserções por ter sido chamado de canibal pelo PT.

A campanha de Lula explorou uma entrevista que Bolsonaro deu ao jornal The New York Times dizendo que aceitou comer a carne de um índio para visitar uma região em que esse era um hábito cultural –o que acabou não ocorrendo, disse, já que a comitiva que estava com ele “não quis ir” ao local.

O PT julgou que a tentativa de acordo de Alexandre de Moraes desequilibrava a balança eleitoral, já que Lula foi atacado de forma intensa durante três semanas pela peça publicitária dos presídios, o que fez com que sua rejeição subisse.

A propaganda os presídios foi derrubada por determinação do TSE. Mas o partido acha que isso foi insuficiente e pretende exercer também o direito de responder aos ataques.

Diante do impasse, uma nova reunião foi convocada para esta sexta (21).

Na noite de ontem, no entanto, um novo fato surgiu que colocou o PT sob pressão: a ministra Maria Cláudia Bicchianeri suspendeu a própria decisão de dar a Lula o direito a 184 inserções no tempo destinado a Bolsonaro –e remeteu o caso ao plenário.

Com isso, o partido passou a correr o risco de terminar sem tempo algum para responder aos ataques do presidente, pois o plenário pode derrubar definitivamente a decisão da magistrada.

Já Bolsonaro ganhou um novo direito de resposta, sobre o vídeo de Lula que dizia que o presidente quis fazer aborto quando soube que teria um de seus filhos.

Em uma entrevista à revista IstoÉ Gente, em fevereiro de 2000, Bolsonaro disse que o aborto “tem que ser uma decisão do casal”. E revelou já ter vivido esse dilema. “Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter. Está ali, ó”, afirmou o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle.

Mônica Bergamo/Folhapress

Bolsonaro declara apoio a Neto: ‘Independente ou não de ele querer, afinal do outro lado é o PT’

O presidente Jair Bolsonaro declarou, durante a sua participação no podcast inteligência LTDA na noite desta quinta-feira (20), apoio à candidatura de ACM Neto (UB) ao governo do Estado.

“Talvez façamos um acordo com ACM Neto, se bem que eu apoio ACM Neto independente de ele querer ou não fazer acordo comigo, afinal de contas do outro lado é o PT e onde tem o PT eu estou do outro lado”, disse o chefe do Executivo.

Apesar da fala, o ex-prefeito de Salvador segue a mesma estratégia do primeiro turno em não colar a sua imagem em nenhum presidenciável.

Mateus Soares

Jerônimo garante aproximar saúde da população e melhores condições para expansão profissional no interior

O candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT) garantiu que sua gestão irá atuar para aproximar os serviços de Saúde da população baiana e que irá ofertar melhores e mais atrativas condições para médicos e profissionais do segmento para que estabeleçam no interior da Bahia. O petista ressaltou, nesta quinta-feira (20), que sua gestão irá zerar a fila da regulação no estado.

“Nós já fizemos muito na área da Saúde, 20 novos hospitais, 24 policlínicas, maternidades, mas eu sei que ainda precisamos fazer mais. Nós iremos construir sete novos hospitais regionais, seis novas maternidades, cinco novas policlínicas e dois novos serviços de oncologia. Vamos atuar reforçando locais que precisem dessa atenção maior, seremos parceiros dos municípios”, afirmou Jerônimo.

O petista garantiu que sua gestão irá zerar a fila da regulação e irá ofertar melhores condições para atrair profissionais da área da Saúde para o interior da Bahia, garantindo atendimento técnico de qualidade em todo estado. Jerônimo lembrou ainda que o segmento estava abandonado pelas gestões carlistas e que para as pessoas receberem atendimentos médicos dependiam da política de “pistolão” e de favorecimento.

“O grupo do ex-prefeito [ACM Neto, do União Brasil] que mandou na Bahia por 40 anos não fez nada pela saúde, eu sei bem que o povo do interior tinha que pegar a estrada para vir para Salvador. Hoje não é mais assim, a população pode ser atendida na sua cidade, na região e não precisa mais pegar a estrada de forma desesperada. O ex-prefeito fez a mesma coisa em Salvador, não construiu maternidade, não cuidou da atenção básica. A capital baiana sob a gestão dele tem uma das piores atenções básicas do estado. Ele não sabe cuidar do povo, não fez nada por Salvador e não conhece a Bahia”, declarou o petista.

O candidato do PT garantiu que irá atuar de forma coordenada e em parceria com os municípios para fortalecer a oferta de serviços municipais. “Seremos parceiros dos prefeitos e secretários de saúde. Caso seja necessário, podemos assumir hospitais municipais para fortalecer esta oferta e garantir um serviço de qualidade para toda população. Outro ponto muito importante que nós vamos atuar é no fortalecimento e financiamento dos consórcios de Saúde, responsáveis pelas policlínicas. Estaremos o tempo todo ao lado dos prefeitos para melhor servir a população e garantir o acesso à saúde de qualidade em toda Bahia”, complementou Jerônimo.

O petista agradeceu a chegada de novos apoios políticos neste segundo turno, entre eles o apoio do prefeito Reges Aragão (PP), de Ituberá, além de cinco partidos políticos, mais de 20 novos prefeitos e inúmeros ex-prefeitos e lideranças. O postulante ao Palácio de Ondina garantiu que seu objetivo é expandir a sua votação e a de Lula para assegurar a vitória neste segundo turno.

“Eu quero agradecer ao povo de Ituberá por toda essa recepção, essa festa, a chegada do prefeito ao nosso grupo. Quero agradecer também a cada um dos 4.111 votos, tenho certeza que vamos virar esse jogo com toda unidade que formamos em Ituberá. A minha candidatura não é um projeto privado e de interesses financeiros, é uma candidatura para continuar cuidando do povo da Bahia. Garantir a comida na mesa, o emprego e a continuidade da nossa política de cuidar de gente”, agradeceu Jerônimo.

Em Barreiras, ACM Neto diz que Oeste foi esquecido pelo governo do PT e critica Jerônimo: “Tenta se esconder atrás de mentiras”

O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) afirmou que a região Oeste do Estado foi esquecida pelos governos do PT e criticou o adversário neste segundo turno, Jerônimo Rodrigues (PT), que, segundo ele, “tenta se esconder atrás de mentiras”. Em Barra e Barreiras, onde cumpriu agenda nesta quarta-feira (19), Neto reforçou seu compromisso de implantar na região um dos primeiro Governos Regionais (GRs), caso seja eleito governador.

“Os nossos adversários tiveram 16 anos e o resultado do trabalho deles é a Bahia em primeiro lugar em número de homicídios, em número de desempregados, em número de pessoas vivendo em condição de pobreza, na dificuldade de acesso ao sistema de saúde e o último lugar em educação de qualidade. Não falta nada para piorar”, apontou.

“Essa região se queixa pela ausência do governo do Estado. Essa região reclama por mais atenção, por mais cuidado e por mais investimentos. E hoje estou aqui, reafirmando um compromisso que assumi no primeiro turno. A partir de 1º de janeiro, tomando posse como governador, eu assino um decreto para instituir um Governo Regional no Oeste. O governador vai estar aqui presente não apenas na véspera de eleição. Eu estarei aqui durante os quatro anos do meu mandato, trabalhando ao lado de vocês”, salientou o candidato.

O ex-prefeito de Salvador fez críticas à postura de Jerônimo Rodrigues, candidato ao governo pelo PT, e questionou o fato dos seus adversários continuarem divulgando fake news sobre o processo eleitoral.

“Ele tenta se esconder atrás de mentiras. Foge dos debates e, quando eles dizem que se o povo não votar no mesmo número para governador e para presidente anula o voto do presidente, é mentira. Eles tentam enganar as pessoas”, apontou. “O que nós vamos decidir no dia 30 é o nosso futuro. É o que nós queremos para as nossas vidas. Não dá para trocar essa decisão por R$ 50, por R$ 100. Não dá para abrir mão dessa decisão em troca de duas ou três cervejas no dia da eleição e abrir mão de escolher o melhor para o futuro da Bahia por conta de um número de jeito nenhum”, enfatizou Neto.

ACM Neto ressaltou que não aceitará que a Bahia continue oferecendo aos baianos a realidade atual, e que se for eleito, trabalhará todos os dias do mandato pelos 417 municípios do Estado. “Eu serei um governador que não vai aceitar essa pouca vergonha que está acontecendo na Bahia”, enfatizou.

“Eu gostaria de poder encher o peito e falar muito bem da Bahia, porque nosso povo merece, nosso povo é lutador, nunca perdeu a esperança. Nosso povo jamais deixou de acreditar em nosso Estado, mas nós precisamos mudar. Eles já tiveram tempo suficiente. A Bahia precisa viver um novo momento e para as coisas mudarem não é com aquele grupo do passado. Menos ainda com um cara que hoje é candidato a governador e por onde passou foi mal. Ele foi testado e reprovado”, destacou Neto durante fala aos moradores da região.

Neto ponderou ainda que não será o presidente eleito que trabalhará para mudar os índices do Estado. E reafirmou que os baianos podem escolher qualquer representante que desejarem: “Estou preparado para governar com o presidente que os baianos elegerem”.

“A partir do dia 1° de janeiro do próximo ano caberá ao governador e a mais ninguém cuidar da polícia, botar presídio para funcionar, construir hospital, fazer a fila da regulação andar, fazer as escolas formarem os alunos com qualidade e preparar os nossos jovens para os desafios da vida. Caberá ao governador olhar pela agricultura familiar, pelos pequenos produtores, para trazer emprego para a região”, disse.

“Não adianta achar que alguém de fora da Bahia vai poder fazer milagre e resolver esses problemas. Quem vai ter que encarar o dia a dia da Bahia é o governador que os baianos escolherem”, acrescentou o candidato.

Propostas

Durante visita à região, ACM Neto falou sobre propostas como o Morar Melhor – projeto iniciado em Salvador que será ampliado para toda a extensão do estado, e de apoio aos pequenos produtores locais. Com o Morar Melhor, o governo vai disponibilizar R$ 10 mil para as pessoas mais carentes reformarem suas casas, tanto nas áreas rurais quanto nos centros urbanos.

“Eu sei que as pessoas mais pobres trabalham, dão o seu melhor, suam a camisa, mas não sobra dinheiro para reformar suas casas. E o maior sonho de todo mundo é viver com dignidade ao lado da sua família. Esse projeto não só é possível, como eu já fiz lá em Salvador e mudou a vida de mais de mil famílias na capital do estado. Tudo feito com recursos da prefeitura”, contou.

Com o foco no setor da agricultura, Neto garantiu que vai entregar o direito de posse das propriedades rurais. “Vamos assegurar que as terras serão para produzir e não espaço para qualquer tipo de descumprimento da ordem e da lei”, pontuou.

TSE vota nesta 5ª poder amplo para agir contra fake news eleitoral sem Ministério Público

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vota nesta quinta-feira (20) resolução que pode permitir à corte mandar plataformas removerem publicações sobre urnas e resultados sem precisar ser provocada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral), nem por ninguém.

O TSE poderia analisar denúncias de postagens e vídeos que atentam contra a integridade eleitoral, enviadas por eleitores à corte, e determinar judicialmente, de ofício, que as plataformas removam o conteúdo, dentro de determinado prazo.

Determinações de remoção de conteúdo de desinformação eleitoral contra urnas -que foi proibida por resolução do TSE de 2021- dependem de ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral. Na percepção de parte da corte, o MPE vem se omitindo.

As plataformas se comprometeram com o TSE a remover os conteúdos que violam suas regras de uso referentes a integridade eleitoral. Na visão de alguns integrantes do tribunal, porém, poderiam ser mais ágeis.

Houve redução de denúncias de vídeos de fraude eleitoral, mas o temor é que, no segundo turno, a narrativa pode ser ressuscitada se o presidente Jair Bolsonaro (PL) perder, e o relatório das Forças Armadas sobre a votação pode ser parte de uma ofensiva de fake news.

Além disso, a resolução que será votada nesta quinta também permitiria ao TSE, de ofício, remover vídeos cujo conteúdo já tenha sido alvo de ações de partidos e decisões da corte, mas surjam com diferentes URLs.

Nas ações das campanhas, os advogados precisam especificar a URL do vídeo que pedem a remoção, e o tribunal determina retirada de endereço específico. No entanto, surgem rapidamente outras URLs (links) com o mesmo vídeo, que não são removidas por não estarem nas ações judiciais.

Pela resolução, o TSE não precisaria de outra ação das campanhas para determinar retirada dessas outras URLs, e isso agilizaria o processo, principalmente na reta final do segundo turno.

Há a percepção de que as ações e a remoção estão sendo muito morosas e não impedem a viralização de conteúdo já classificado como ilegal. Os conteúdos não se restringem a desinformação contra o processo eleitoral, incluem ações das campanhas em relação a informações inverídicas sobre candidatos, como por exemplo conteúdo ligando ex-presidente Lula ao satanismo e o presidente Bolsonaro à maçonaria.

A assessoria técnica do TSE monitoraria conteúdo já acionado na Justiça surgindo em novas URLs.

Há apoio entre os membros da corte para aprovar a seção da resolução que endurece o resguardo eleitoral para a internet -proíbe anúncios impulsionados em plataformas a partir de 48 horas da data da eleição e até 24 horas depois. Pela lei atual, as campanhas só têm que suspender a propaganda online impulsionada, como anúncios pagos no Google, Facebook e Instagram, às 23h59 do sábado anterior ao pleito.

“A resolução, se aprovada, deve garantir que os anúncios impulsionados não estarão no ar na eleição, algo que não vinha ocorrendo”, diz Samara Castro, coordenadora da comissão de proteção de dados da OAB-RJ.

Hoje em dia, o resguardo online vem sendo desrespeitado por campanhas e, às vezes, há um atraso por parte das plataformas de suspender as campanhas que estão no ar -campanha pede que um anúncio seja suspenso, mas há demora da plataforma, segundo o advogado Fernando Neisser, membro da Abradep.

No primeiro turno, houve inúmeros registros de anúncios impulsionados de candidatos que continuavam online da data do pleito.

Em reunião com representantes das principais plataformas de redes sociais nesta quarta (19), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, afirmou que a atuação das empresas foi razoavelmente boa no primeiro turno, mas que neste segundo turno a situação da desinformação está um desastre.

Moraes afirmou ainda que as plataformas demoram para remover conteúdo e pressionou para que plataformas como YouTube, TikTok e Kwai não levem mais que quatro a cinco horas para remover vídeos após denúncias do tribunal.

Segundo relatos de participantes, o YouTube teria se mostrado mais resistente a uma maior rapidez na remoção. Já o WhatsApp teria afirmado que a incidência de disparos em massa diminuiu nesta eleição e apoiou o pedido pela retirada mais rápida de vídeos nas plataformas de origem para inibir viralização.

As empresas e o ministro teriam feito um balanço da atuação no combate às fake news e dito que a ideia é aprimorar a atuação no segundo turno. Em nota, o TSE disse que Moraes pediu “total vigilância” das redes.

A 11 dias das eleições, o TSE e as empresas não firmaram novos acordos, segundo um dos presentes. Participaram representantes do Google, Kwai, LinkedIn, Meta/WhatsApp, TikTok, Twitch e Twitter. Representante do Telegram só chegou quando a reunião já havia terminado.

Patrícia Campos Mello/Folhapress

Propaganda eleitoral de Bolsonaro é interrompida com aviso de infração

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) suspendeu um trecho da propaganda do presidente Jair Bolsonaro (PL) exibida na televisão nesta quarta-feira (19) por infringir regras eleitorais. A peça atacava o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), associando-o à corrupção no momento em que foi interrompida de forma abrupta.

A apresentadora do programa, Carla Cecato, lembrou que Lula foi condenado por três instâncias, preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ao dizer que o ex-presidente não foi absolvido ou inocentado, um aviso do TSE surgiu na peça com um QR Code que direciona os eleitores para o canal do tribunal no WhatsApp.

Abaixo, uma tarja justificava a presença do aviso veiculado pela corte eleitoral, informando que a interrupção aconteceu para “substituir programa suspenso por infração eleitoral”. O corte no programa durou oito segundos.

Depois, a tela de tira-dúvidas foi removida, e o programa retornou com uma declaração feita pelo ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello, dizendo que o processo de Lula retornou à fase inicial.

Lula teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro em abril de 2018. Ele ficou 580 dias preso e foi solto em novembro de 2019, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal decidir que a execução da pena só deveria acontecer com o trânsito em julgado da sentença.

Em março de 2021, o ex-presidente recuperou os direitos políticos diante da decisão do ministro do STF Edson Fachin de anular suas condenações na Lava Jato, ao considerar a Justiça Federal do Paraná incompetente para julgá-lo.

Na propaganda desta quarta, a campanha de Bolsonaro ainda resgatou falas do candidato à vice Geraldo Alckmin (PSB), dos ex-presidenciáveis de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com críticas a Lula e afirmou que todos são “farinha do mesmo saco”. Eles declaram apoio ao petista no segundo turno.

As campanhas de Lula e do atual presidente têm como estratégia levar acusações e ataques que viralizaram nas redes sociais para a propaganda eleitoral na televisão, inaugurando uma etapa de confronto no segundo turno.

Até 14 de outubro, o TSE atendeu a campanha de Bolsonaro seis vezes em ações sobre fake news, enquanto a coligação de Lula obteve decisões favoráveis em ao menos 37 casos do mesmo tipo no tribunal.

Sobre o assunto, o presidente da corte eleitoral, Alexandre de Moraes, recebeu representantes das principais plataformas de redes sociais, e disse que a atuação das plataformas foi razoavelmente boa no primeiro turno, mas que a situação da desinformação está um desastre para a segunda rodada.

Renan Marra/Matheus Tupina/Folhapress

Jerônimo atrai apoio até de bolsonaristas, que criam voto ‘JeroNaro’ na Bahia

O revés do candidato a governador ACM Neto (União Brasil), que começou a campanha na liderança, mas foi superado em votos por seu adversário, fez com que parte de seus aliados iniciasse uma debandada em direção ao candidato governista Jerônimo Rodrigues (PT).

Empurrado pela força de Lula e da máquina governista, Jerônimo teve 49,45% dos votos válidos no primeiro turno contra 40,8% de ACM Neto e 9,08% do bolsonarista João Roma (PL), resultado que fez com que os ventos mudassem de lado no meio político neste no segundo turno.

Prefeitos, deputados, vereadores e líderes políticos que haviam apoiado ao ex-prefeito de Salvador no primeiro turno, agora aderiram ao petista em alianças pouco ortodoxas que incluem até um movimento “JeroNaro”, com voto casado em Jerônimo e no presidente Jair Bolsonaro (PL).

O movimento partiu de setores mais conservadores que não tiveram sucesso nas urnas. O primeiro a mudar de lado foi o vereador e deputado federal em exercício Joceval Rodrigues (Cidadania). Ligado à Igreja Católica, ele foi líder da maioria na Câmara Municipal de Salvador na gestão ACM Neto.

Também aderiu a Jerônimo uma parcela do PSC, legenda ligada à Assembleia de Deus. Derrotado nas urnas, o presidente estadual do partido, Heber Santana, rompeu com ACM Neto, de quem foi secretário municipal, e se engajou na campanha do petista.

O apoio a Jerônimo, contudo, não se estende a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, diz Eliel Santana, vice-presidente nacional do PSC.

“Nacionalmente, continuamos com Bolsonaro. Mudamos de posição aqui na Bahia por insatisfação com o tratamento que foi dado ao nosso partido. Fomos convidados por Jerônimo e vamos fazer a interlocução dele com o segmento evangélico”, afirma Eliel Santana, pai de Heber.

Ele admite que houve críticas à decisão por parte dos filiados e da militância do partido. Mas diz acreditar que as resistências podem ser contornadas: “O eleitor vota com sua consciência. Não queremos induzir ninguém.”

Com a força da máquina governista, Jerônimo conseguiu trazer para o seu lado mais de uma dúzia de prefeitos de diferentes partidos que no primeiro turno estavam com ACM Neto. O movimento foi apelidado de maneira jocosa de “portabilidade” de prefeitos.

Entre aliados de ACM Neto, a estratégia é vista como pouco efetiva. Eles alegam que dificilmente os eleitores vão mudar a escolha do primeiro para o segundo turno tão somente por orientação de um prefeito ou líder político.

Enquanto intensifica as articulações políticas com o apoio do governador Rui Costa (PT), Jerônimo começa o segundo turno jogando parado: evita polêmicas e já negou o convite para participar de debates em duas emissoras de televisão.

No caso da TV Band, disse que houve problema de agenda. Na TV Aratu, alegou “aparente parcialidade” da emissora, uma vez que esta pertence à família de Ana Coelho (Republicanos), candidata a vice-governadora na chapa adversária.

A Folha apurou, contudo, que a decisão de não participar dos debates faz parte de uma estratégia de não expor o candidato. E justificam a decisão alegando que o adversário fez o mesmo no primeiro turno: ACM Neto faltou a 2 dos 3 debates televisivos que aconteceram no primeiro turno.

O petista também aposta na vinculação com Lula, que desembarcou em Salvador nesta quarta-feira (12) para participar de um ato de campanha de seu aliado. Juntos, fizeram uma caminhada com trio elétrico e ares entre o bairro de Ondina e o Farol da Barra.

Segundo os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram do ato, quando Lula foi mais incisivo no pedido de votos ao aliado: “Eu preciso que vocês elejam o Jerônimo governador da Bahia”

O ex-prefeito de Salvador ACM Neto, por sua vez, tem adotado um discurso mais racional, que procura colocar água na fervura da polarização nacional. Para convencer o eleitor, aposta em uma comparação de propostas, currículo e de trabalho realizado.

“Essa é a minha grande diferença para o candidato do PT aqui na Bahia: ele foi testado e reprovado. Eu fui testado e considerado o melhor prefeito de todo o Brasil”, afirma.

Nos atos de campanha, tem priorizado cidades de grande e médio porte, além dos municípios da região metropolitana de Salvador, onde teve mais votos que Jerônimo, mas não o suficiente para neutralizar os resultados das pequenas cidades do interior.

Neste segundo turno, manteve a posição de neutralidade em relação à eleição presidencial que já havia adotado no primeiro. Mas passou a fazer acenos mais claros aos bolsonaristas que votaram em João Roma. Aposta no antipetismo para conquistar esses votos, mesmo diante de uma relação turbulenta com o ex-ministro de Bolsonaro.

Amigos e aliados por mais de duas décadas, ACM Neto e Roma estão rompidos desde fevereiro de 2021 e trocaram duros ataques na campanha. Ainda assim, Roma anunciou apoio a ACM Neto no segundo turno, mas se manteve distante da campanha do ex-aliado.

Ao mesmo tempo, aliados próximos a ACM Neto que estavam neutros no primeiro turno aderiram a Bolsonaro, incluindo o vice-governador da Bahia e deputado federal eleito João Leão (PP).

Ao romper com o governador Rui Costa em março deste ano, Leão reafirmou seu apoio a Lula, mas meses depois passou a defender uma condição de neutralidade para atrair votos dos dois lados. Agora, já eleito deputado federal, subiu no barco bolsonarista e afirmou que “chega de PT”.

Outros aliados do ex-prefeito como os deputados federais reeleitos Arthur Maia e Elmar Nascimento, ambos da União Brasil, também desceram do muro e apoiam o presidente no segundo turno.

Houve ainda movimentos em direção a Lula: o principal foi do deputado federal eleito Leo Prates (PDT), considerado braço-direito de ACM Neto, que seguiu a orientação de seu partido e agora apoia o petista na eleição presidencial.

Entre apoiadores e líderes políticos locais, é comum a adoção de adesivo com os emblemas “LulaNeto” e “BolsoNeto”. Assim como no primeiro turno, o ex-prefeito de Salvador segue com o discurso de que está preparado para governar com qualquer presidente que for eleito.

Os adversários criticam a estratégia e apelidaram o ex-prefeito como o candidato do “tanto faz”. Diz Jerônimo: “Se ele quiser continuar assim, a conta é dele. Nós vamos querer debater qual o compromisso que nós temos do Lula em relação à nossa Bahia”.

João Pedro Pitombo/Folhapress

Jerônimo diz que “tem debatido com o povo” ao ser questionado sobre ausência em confrontos com Neto

O candidato ao Governo do Estado, Jerônimo Rodrigues (PT), em entrevista ao telejornal BATV, da TV Bahia, nesta terça-feira (18), afirmou que tem preferido “debater com o povo” ao invés de comparecer a confrontos com o seu adversário, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, nos programas de televisão.

“Estou indo para cada canto da Bahia, debatendo com o povo. Isso, para mim, é um debate. Infelizmente o ex-prefeito não tem humildade. No primeiro turno fomos desrespeitados. Ele não participou de um debate, só no último. Estamos seguindo a estratégia de aproveitar o debate no interior. Eu estou participando dos debates com o meu povo”, frisou.

Questionado se estaria se escondendo na imagem do ex-presidente Lula (PT) na campanha eleitoral ao invés de mostrar as suas ações enquanto político e ex-secretário na gestão de Rui Costa, Jerônimo afirmou que “faz parte de um time” e que isto não significa se esconder.

“Eu faço parte de um time, eu não me escondo. Diferente do meu opositor, que diz que tanto faz. É assim sobre a cor dele, sobre os partidos que o acompanham. A minha história é de superação. O que tenho a oferecer pode parecer simples, mas é de coração. Fui criado para focar em cuidar de gente. Aprendi a ser um bom filho, irmão e companheiro fiel”, acrescentou.

Perguntando sobre a Bahia estar posicionada com um dos piores estados do Brasil quando o assunto é Segurança Pública, o petista afirmou que tanto Rui quanto Wagner “fizeram história” no Governo da Bahia no setor, investindo em tecnologia e inovação. Jerônimo ainda fez críticas a ACM Neto sobre a forma como o ex-prefeito rege a sua campanha eleitoral.

“É lamentável como o ex-prefeito dirige a sua campanha. O próprio TRE-BA o puniu pela forma que ele me tratou, utilizando de inverdades. Agora, novamente. Espero que a gente possa fazer uma campanha que a Bahia merece. É preciso que ele tenha lado”, disse.

Liderança do Litoral Sul deixa oposição e declara apoio a Jerônimo

A ex-prefeita de Aurelino Leal, Liu Rodrigues, do Progressistas, declarou apoio ao candidato a governador do Estado pelo PT, Jerônimo Rodrigues, após encontro nesta segunda-feira (17), em Salvador. No primeiro turno das eleições na Bahia, a pepista apoiou o ex-prefeito de Salvador.

“É uma alegria imensa estar aqui. Me sinto em casa. Aurelino Leal agradece muito a Rui Costa e eu peço desculpas, precisava existir esse segundo momento [das eleições] para agradecer e reconhecer os serviços prestados por Rui a Aurelino Leal e temos a plena convicção que Jerônimo, o melhor secretário escolhido por Rui, será um governador que fará muito mais e não decepcionará”, apostou a ex-gestora aurelinense.

Desde o início da disputa do segundo turno das eleições na Bahia, Jerônimo, que venceu o primeiro turno com 49,45% dos votos válidos, já recebeu o apoio de mais 20 prefeitos e vice-prefeitos, além de ex-prefeitos, em sua maioria, lideranças políticas ligadas a ACM Neto e que estiveram com o ex-prefeito na primeira etapa do pleito estadual.

“Agradeço a Aurelino Leal pela confiança, pela votação dada a mim, a Lula e a Otto. Tudo que Rui já fez por Aurelino Leal, nós vamos fazer muito mais. Cuidarei com o mesmo carinho que Wagner e Rui ajudaram a cuidar desta querida cidade”, agradeceu Jerônimo.

TRE-BA inicia inseminação e lacração das urnas eletrônicas para o segundo turno

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) deu início, na última segunda-feira (17), ao processo de inseminação e lacração das urnas eletrônicas que serão utilizadas durante o segundo turno das Eleições Gerais. O trabalho é realizado pelas zonas eleitorais de todo o estado e, conforme cronograma publicado no site do Eleitoral baiano, deverá ser encerrado no dia 26 de outubro. Na capital, o procedimento acontece no Centro de Apoio Técnico (CAT), localizado em Porto Seco Pirajá, e segue até a próxima segunda-feira (24).

Nesta etapa também ocorre a verificação de integridade e autenticidade dos sistemas eleitorais. A verificação obedece ao artigo 37 da Resolução TSE nº23.673/2021, devendo ser acompanhada pelas entidades fiscalizadoras. “Este é um procedimento público, aberto aos partidos e entidades fiscalizadoras. Essa é uma participação importante, pois fortalece a transparência do processo eleitoral”, ressaltou o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação (STI) do TRE-BA, André Cavalcante.

Conforme o secretário, a preparação das urnas para o segundo turno é mais rápida. “O procedimento fica mais simples porque as urnas já estão lacradas e romperemos apenas o lacre da mídia de resultados para inserir a nova, contendo os dados apenas dos cargos e dos candidatos que estão em disputa”, explicou. De acordo com Cavalcante, mais de 34 mil mídias de resultado são utilizadas em todo o estado, sendo cerca de 5 mil em Salvador.

SP: Tarcísio diz ver tiros como intimidação do crime, mas sem relação com política

Ao comentar o tiroteio que interrompeu seu compromisso de campanha em Paraisópolis, zona sul da capital, na manhã desta segunda-feira (17), Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que foi uma intimidação do crime e disse não acreditar que tenha sido alvo de um atentado.

“Foi um ato de intimidação, um recado claro do crime organizado como ‘a gente não quer você aqui dentro’. É uma questão territorial e não tem nada a ver com a política”, disse o candidato em entrevista na tarde desta segunda.

Pela manhã, no Twitter, o candidato afirmou que ele e sua equipe haviam sido “atacados por criminosos” e que a atuação da Polícia Militar foi brilhante.

A comitiva de Tarcísio não foi ferida. Um homem de 38 anos morreu no tiroteio. Segundo a polícia, ele tinha registro sob suspeita de roubo.

Mais cedo nesta tarde, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, afirmou que seria prematuro falar em atentado e apontou que houve um confronto entre homens em motos e a polícia.

Tarcísio e a sua equipe estavam visitando um projeto social que inaugurou um polo universitário.

“A minha visão é limitada, de quem tava lá dentro, dizer que ocorreu um tiroteio enquanto estávamos lá, não é coincidência”, disse Tarcísio. “Os bandidos notaram a nossa presença ali desde cedo. Quatro motocicletas filmaram a nossa equipe, fizeram perguntas e voltaram armados. Não foi algo corriqueiro, não. Foi um tiroteio enquanto estávamos lá.”

Segundo Campos, as investigações da Polícia Civil não podem ser influenciadas pela publicação do candidato nas redes sociais.

A versão de que sofrera um atentado, fomentada pela sua declaração nas redes, se espalhou na internet e foi replicada por parlamentares bolsonaristas.

Tarcísio afirmou quer não pretende explorar o episódio em sua campanha. Ele também não quis comentar declaração de aliados que, imediatamente, associaram o tiroteio a um atentado protagonizado pelo PT, do seu adversário Fernando Haddad.

“A campanha vai seguir normalmente, vamos falar com as pessoas. Agora, tem áreas de São Paulo dominadas pelo crime. As pessoas vivem com medo. Você, sendo candidato do Governo de São Paulo, não poder visitar um trabalho social? É razoável ser recebido a tiros numa favela? Vi hoje um trabalho que precisa de apoio do estado. Lá tem talento e as pessoas não querem ser reféns do crime”.

Para esclarecer o caso, a Secretária de Segurança irá recorrer às imagens gravadas pelas câmeras instaladas nos uniformes dos policiais, medida que é criticada por Tarcísio.

“Como eu falei toda a política pública será reavaliada. Tenho uma posição crítica às câmeras por uma série de razões, mas, como já disse, vou rediscutir as políticas públicas se for eleito”, disse o candidato.

Em relação ao homem morto na ação, Tarcísio não soube dizer se o tiro partiu da sua equipe de segurança. “Acho que não. Acho que partiu da PM”.

Tarcísio cancelou um compromisso com apoiadores em Suzano, previsto para a tarde desta segunda. Questionado sobre novas agendas de campanha em comunidades, o candidato disse que voltaria nesses locais.

“Pretendo, voltar, claro. Não se pode intimidar. Uma vez eleito, vamos ampliar a presença do estado nesses locais. Vamos levar a política pública lá”, disse.

Em entrevista à imprensa, o secretário afirmou que o primeiro confronto se deu com policiais à paisana que faziam a segurança do local onde o candidato estava.

Campos disse que os tiros foram disparados a cerca de 100 metros do local onde estava a campanha. “Foi um ruído com a Polícia Militar”, declarou. Por “ruído”, o secretário explicou que o termo se refere à situação em que “a polícia está em um local onde há um desequilíbrio com quem está no local”.

O coronel Ronaldo Miguel Vieira, comandante-geral da Polícia Militar, detalhou que o tiroteio teve a participação de ao menos oito indivíduos que rondavam o local em motos. Dois deles estavam com armas longas. Uma van escolar foi atingida pelos disparos, mas segundo o coronel, ninguém foi ferido.

A declaração do secretário de que as câmeras dos policiais serão usadas para esclarecer o caso contraria a própria campanha de Tarcísio. O candidato afirmou que irá rever a política, apesar dos números positivos de queda de letalidade.

Tarcísio já afirmou em diversas ocasiões que as câmeras inibem os policiais. Ele chegou a dizer que, se eleito, retiraria o equipamento “com certeza”, mas depois voltou atrás e afirmou que irá ouvir o comando da polícia e especialistas.

O candidato, que tem o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB) no segundo turno, tem um discurso linha dura na segurança pública, inclusive afirmando que os paulistas não se sentem seguros.

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Carlos Petrocilo/Mariana Zylberkan/Carolina Linhares/Folhapress

Aliados de Bolsonaro comemoram bloco sobre corrupção; PT vê foco de Lula em indecisos

A campanha de Jair Bolsonaro (PL) comemorou o fato de o presidente ter mantido um tom equilibrado durante o debate deste domingo (16) e o desempenho do mandatário no último bloco, em que a corrupção esteve no centro da discussão.

A equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, avaliou que o comportamento de Bolsonaro não muda a imagem já consolidada de parte expressiva do eleitorado em relação a ele: a de uma pessoa explosiva.

Os presidenciáveis participaram neste domingo do debate do segundo turno, promovido por Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura.

Bolsonaro terminou o primeiro turno da corrida eleitoral com 43,2% dos votos válidos, contra 48,43% do ex-chefe do Executivo.

Apesar de acharem que o saldo geral ainda foi positivo para Lula, aliados do petista avaliaram que o ex-presidente não conseguiu contornar as provocações de Bolsonaro sobre corrupção na Petrobras. Aliados disseram que Lula também falhou na gestão do tempo no terceiro bloco, o que deu oportunidade para Bolsonaro falar por mais de cinco minutos sozinho e sem contraponto.

O entorno do chefe do Executivo comemorou justamente o fato de Lula ter se atrapalhado com o tempo no último bloco. Para interlocutores, Bolsonaro pautou o tema da corrupção e Lula não conseguiu responder de forma satisfatória.

“Temos um presidente que sabe o que está fazendo, equilibrado, no rumo certo. Do outro lado, [temos] um Lula com projeto ultrapassado, com governo marcado pela corrupção, querendo voltar ao poder”, disse o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

“Ficou muito claro no debate que o Lula saiu de si, ficou totalmente nervoso, descontrolado, se perdeu no tempo e nas palavras. Mostrou a serenidade do presidente [Bolsonaro]”, completou.

Aliados de Lula reconheceram que o desempenho do petista poderia ter sido melhor no tema corrupção. O ex-presidente seguiu o que havia sido ensaiado, disse que os culpados pela corrupção na Petrobras foram punidos, que o PT não interferiu na investigação e que a Lava Jato resultou em perda de empregos e investimentos no país.

Lula não conseguiu redirecionar o debate para os escândalos envolvendo o governo Bolsonaro e a família dele.

Apesar do revés, a equipe petista considerou que Lula se saiu melhor no geral, inclusive em relação ao posicionamento em frente às câmeras.

Outro ponto destacado é que Lula —dizem— buscou tocar em temas voltados para eleitores indecisos ou aqueles que em 2 de outubro votaram em Simone Tebet (MDB) ou Ciro Gomes (PDT): negligência do governo na pandemia, economia, realização de grandes obras de infraestrutura e defesa das instituições.

Para o deputado federal José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha, “os temas introduzidos por Lula foram o centro do debate, como a pandemia, que não tinha sido tratada de forma aprofundada [no primeiro turno], e Bolsonaro se enrolou para falar sobre o orçamento secreto [mecanismo de distribuição de emendas para aliados políticos do governo]”.

Integrantes da campanha de Bolsonaro admitem que, quando o tema é pandemia, o chefe do Executivo ainda patina nas suas respostas e tem dificuldade em mostrar empatia. A avaliação, contudo, é que o tema corrupção é mais relevante para conquistar o voto de indecisos.

Além disso, enquanto no debate na Band do primeiro turno Bolsonaro foi agressivo com a jornalista Vera Magalhães e protagonizou episódio amplamente explorado por seus adversários, neste domingo ele não cometeu grosserias com a profissional —o que foi celebrado por aliados.

A equipe do chefe do Executivo levou como convidado para o debate o ex-ministro da Justiça e senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro (União Brasil). O objetivo, segundo integrantes da campanha, foi justamente provocar e desestabilizar Lula.

Ex-juiz da Lava Jato, Moro condenou Lula. Ele deixou o governo em 2020 acusando Bolsonaro de interferência na Polícia Federal, mas, durante a campanha, se reaproximou do presidente.

Após o primeiro turno, Moro ligou para Bolsonaro e manifestou o seu apoio.

De dentro do estúdio, o ex-juiz utilizou as suas redes sociais para rebater o que o petista falou no palco. “Cara de pau. A corrupção do governo Lula é que quebrou as empresas e quase quebrou a Petrobras”, escreveu no Twitter.

Durante o último bloco do debate, Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro, disse que a eleição “finalmente chegou ao momento que era inevitável: falar da corrupção do PT”.

“O leão que rugia…miou. Mudou de assunto. Falou até de carro, falou de tudo. Mudou de assunto. Mas a ferida aberta não vai curar jamais”, afirmou o ex-aliado do governo petista, atualmente um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro.

Bolsonaro também levou para o estúdio o seu filho vereador Carlos Bolsonaro e o ex-secretário de Comunicação da Presidência e coordenador de comunicação da campanha, Fábio Wajngarten. Estavam ainda Ciro Nogueira e Fábio Faria.

Para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o presidente Bolsonaro não apresentou um projeto para o país. “Como ele não tem o que apresentar, programas de governo, ele faz ataque, mente”.

A estratégia petista é responder com um discurso de que Lula tem um plano para tirar as pessoas da miséria e fazer a economia crescer.

O deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL), um dos coordenadores da campanha de Lula em São Paulo, afirmou que o petista conseguiu trazer ao centro do debate “a agenda do Brasil”.

“Ele fez um debate de forma tranquila e franca. Sobretudo no primeiro bloco conseguiu trazer a pauta que quem estava assistindo queria ouvir: sobre Brasil, comparando os dois governos”, disse.

“Bolsonaro foge a todo momento desse debate de realizações, porque ele sabe que não tem nada a dizer.”

A ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que o debate é “difícil” porque Lula está lidando “com um adversário que não se pauta pela realidade”. “É pelo delírio negacionista da cabeça dele”, afirmou.

Ela criticou o momento em que Bolsonaro disse que o governo dele tem menos desmatamento em relação à gestão do petista. “Ele dizer que no governo dele tem menos desmatamento é porque ele está tergiversando com a realidade. Lula pegou o desmatamento num patamar altamente elevado e empurra para baixo. O Bolsonaro pega num patamar baixo e empurra para cima.”

Segundo ela, um momento “bem alto” de Lula no debate foi quando o petista perguntou sobre universidades e escolas criadas no governo Bolsonaro. “E [Bolsonaro] não fez. Diz que quer proteger as crianças e os jovens e não tem compromisso com o futuro da juventude”, afirmou.

Apesar de ter pautado a discussão político-eleitoral deste final de semana, a declaração do presidente sobre “pintou um clima” com meninas venezuelanas entrou apenas lateralmente no debate.

O presidente leu trechos da decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, que determinou a retirada do ar de vídeos editados e tirados de contexto do chefe do Executivo.

Marianna Holanda , Thiago Resende , Catia Seabra e Victoria Azevedo/Folhapress

Debate da Band: Confira as regras do 1º confronto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno

Os candidatos que disputam a corrida pelo Palácio do Planalto se encontram pela primeira vez no segundo turno das eleições 2022 na noite deste domingo, 16. Em parceria com pool de veículos de comunicação, a Band TV realiza a partir das 20 horas debate entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). As regras foram definidas em comum acordo entre as coordenações das campanhas e os organizadores.

O debate terá uma hora e 40 minutos de duração. No primeiro e terceiro blocos, Lula e Bolsonaro farão perguntas um ao outro, com direito a réplica e tréplica. No segundo bloco, os candidatos responderão a perguntas dos jornalistas representantes do pool de veículos de comunicação.

O debate é realizado pelo Grupo Bandeirantes em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S. Paulo. Veja o que analistas consultados pelo Estadão dizem sobre o que esperar do confronto.

Ao contrário de debates anteriores, que reuniram até sete concorrentes, o modelo do segundo turno deixa os adversários mais livres para circular no palco enquanto se pronunciam.

Veja as regras de cada bloco:

1º bloco

No início do debate, os candidatos responderão a uma pergunta de um dos mediadores, os jornalistas Eduardo Oinegue e Adriana Araújo, da Band. Por ordem definida em sorteio, Bolsonaro será o primeiro a responder.

Em seguida, eles farão perguntas um ao outro. O candidato do PT será o primeiro a perguntar. Ambos terão de administrar o tempo disponível, que é de 15 minutos, para resposta, réplica e tréplica.

2º bloco

Lula e Bolsonaro responderão a perguntas de jornalistas dos veículos que compõem o pool. O presidente e candidato à reeleição será o primeiro a responder. Ambos responderão às mesmas questões, sendo que cada um terá 1 minuto e meio para a resposta, sem direito a comentários ou réplicas.

3º bloco

No último bloco, ambos os candidatos responderão a uma mesma pergunta de um dos mediadores do debate. Lula responderá primeiro. Em seguida, voltarão ao confronto direto, iniciando por Bolsonaro, com 15 minutos para resposta, réplica e tréplica. Por fim, cada um terá um minuto e meio para suas considerações finais, Bolsonaro primeiro.

Com força de lideranças evangélicas, Samuel Júnior prevê virada de Neto e Bolsonaro no 2º turno


Um dos principais nomes do seguimento evangélico na Bahia, o deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) previu, na manhã deste sábado (15), durante evento com diversas lideranças religiosas realizado em Salvador juntamente com o ex-prefeito ACM Neto (UB), uma virada nas urnas no segundo turno estadual e presidencial.

Para ele, que foi reeleito na Assembleia Legislativa da Bahia com quase 100 mil votos, o candidato ao governo do Estado pelo União Brasil e o presidente Jair Bolsonaro (PL) se consagrarão no próximo dia 30 com o apoio da sua base evangélica.

“Sem sombra de dúvidas o evento de hoje vai marcar a virada de ACM Neto e também a virada de Bolsonaro. Nós reunimos aqui as principais lideranças do seguimento evangélico. Estiveram presentes pastores e bispos que representam todos os seguimentos evangélicos aqui no estado da Bahia”, disse Samuel.

“Destaco a presença do pastor Valdomiro Pereira, que é o pastor da convenção da CEADEB. Tivemos a oportunidade, além de ouvir os principais líderes, também de ouvir a palavra de Neto voltada ao nosso seguimento evangélico dentro daquilo que ele representa, dentro daquilo que ele foi como prefeito da cidade de Salvador”, acrescentou.

Segundo Samuel, ACM Neto “além de ser o mais preparado para governar a Bahia é um homem que já provou a sua boa relação com o seguimento”. E emendou: “Nós evangélicos estamos envolvidos em sua campanha e vamos para cima”.

“Assim como o seguimento evangélico foi muito importante no segundo turno nas cidades de Feira de Santana e Vitória da Conquista será também muito importante na virada de jogo agora para a eleição do governo do Estado”, citou o parlamentar baiano.

“Vamos juntos digitar 44 e 22 no dia 30 de outubro”, concluiu, durante o encontro organizado por ele no Fiesta Bahia Hotel, localizado no bairro do Itaigara, na capital.

Entenda como é eleito o presidente da República

Chefe do Poder Executivo Federal é eleito pelo sistema majoritário
Para conquistar o cargo de presidente da República, a candidata ou o candidato escolhido em convenção partidária e com registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisa obter, pelo menos, a metade mais um dos votos válidos no dia da eleição.

O que a legislação eleitoral considera como votos válidos? São aqueles recebidos diretamente pelo candidato, não sendo computados os brancos e os nulos digitados nas urnas.

E se ninguém atingir essa meta de votos?

Quando ninguém obtém a metade mais um dos votos válidos no primeiro turno da eleição, é necessário realizar um segundo turno do pleito, a ser disputado apenas pelos dois mais votados no primeiro turno. O segundo turno é uma nova eleição, ou seja, os votos do primeiro turno não são computados nesta segunda etapa. Será eleito para a Presidência da República aquele que receber mais votos válidos no segundo turno.

Outros cargos

No Brasil, além do presidente da República, são eleitos pelo sistema majoritário os governadores de estado, os senadores e os prefeitos.

Especificamente para a eleição dos senadores da República e dos prefeitos dos municípios com menos de 200 mil eleitores, exige-se apenas a maioria simples dos votos válidos, uma vez que não há a previsão de segundo turno de eleição para esses cargos.

A maioria simples considera que devem ser eleitos os candidatos que alcançarem o maior número de votos (sem necessidade de somar 50% mais um).
Fonte: TSE

Doações a Bolsonaro já somam R$ 24 milhões no 2º turno; Lula obtém só R$ 285 mil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue liderando a arrecadação de doações de campanha, faltando duas semanas para o segundo turno das eleições. Nessa fase da disputa, ele recebeu até agora R$ 24 milhões contra R$ 285 mil de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter uma receita total de R$ 126 milhões no acumulado dos dois turnos, sendo a quase totalidade vinda do fundo eleitoral, a principal fonte pública de financiamento das campanhas. Seu principal doador privado, com R$ 600 mil, é o empresário Altair Vilar, de Ipatinga (MG), fundador do Grupo Cartão de Todos. A Folha não conseguiu estabelecer contato com o empresário, que foi também vice-prefeito e vereador na cidade, pelo PT.

No primeiro turno, o PT declarou ter recebido doações de outros empresários no valor de R$ 1,4 milhão. Já Bolsonaro declarou até agora receita de R$ 67 milhões, sendo R$ 16,5 milhões de origem pública —os fundos partidário e eleitoral do PL. Bolsonaro coleciona vários doadores privados com cifra próxima ou acima de R$ 1 milhão, vários deles do agronegócio.

A maior doação individual recebida até agora é do advogado de Minas Gerais Fabiano Campos Zettel, com R$ 3 milhões repassados por meio de transferência eletrônica na última segunda-feira (10). A Folha não conseguiu falar na noite desta sexta (14) com o advogado, que figura nas redes sociais como pastor da igreja Bola de Neve, em Belo Horizonte.

Logo em seguida vêm Hugo de Carvalho Ribeiro, da gigante do agronegócio Amaggi (R$ 1,2 milhão), e Cornelio Sanders (R$ 1 milhão), fundador do Grupo Progresso, que reúne fazendas produtoras de soja, milho, algodão e eucalipto no Piauí, além de atuação na pecuária. Em maio, a família Sanders foi homenageada na Assembleia Legislativa do estado com a presença do ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI).

Em 2005, o Ministério Público do Trabalho constatou a manutenção de trabalhadores em regime análogo à escravidão e autuou a empresa. Ele foi multado e assinou termo de ajustamento de conduta. “O presidente Bolsonaro, ao longo de seu mandato, se mostrou aberto ao diálogo com diversos setores da sociedade, incluindo o agro do qual fazemos parte. A doação para o candidato foi feita de forma livre e espontânea, ainda no primeiro turno, em um exercício de cidadania, em reconhecimento a um trabalho comprometido com o progresso do país”, afirmou Cornélio, por meio de sua assessoria.

A empresa disse ainda que o próprio Ministério Público do Trabalho pediu em 2019 o arquivamento do caso relativo à situação análoga à escravidão. “A Fazenda Progresso nunca esteve envolvida em trabalho escravo. O caso em questão ocorreu a 12 km da sede, em uma área da propriedade que havia sido arrendada. Os supostos trabalhadores envolvidos no caso eram, na verdade, prestadores de serviço para outra pessoa sem nenhuma ligação com o Grupo Progresso.”

Levando-se em conta os dois turnos, a lista dos maiores doadores individuais de Bolsonaro segue com os irmãos Alexandre e Pedro Grendene, da calçadista Grendene (R$ 1 milhão cada um), que doaram também para outros candidatos, inclusive do PT, Oscar Luiz Cervi, produtor de soja, milho e algodão no Centro Oeste (R$ 1 milhão), Antonio Claudio Brandão Resende e Flavio Brandão Resende (R$ 600 mil cada um), da Localiza, e Odilio Balbinotti Filho, da Atto Sementes (R$ 600 mil).

A Folha procurou todos, diretamente ou por meio de assessorias, mas ou não conseguiu contato ou não recebeu resposta. O filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), tem sido a peça-chave na articulação para arrecadar doações para a campanha do pai. Ele tem viajado o Brasil para se encontrar com produtores rurais.

Apesar da diferença de valores declarados, as campanhas de Bolsonaro e Lula têm sido similares em termos de viagens, eventos e produção de material para TV e redes sociais. Desde 2018 Bolsonaro tem tido um histórico de omissão de gastos à Justiça Eleitoral. Em 2018, o PT elegeu a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 54 parlamentares. Isso deu ao partido o direito a quase R$ 500 milhões do fundo eleitoral para as eleições deste ano.

O PL, partido pelo qual Bolsonaro concorre à Presidência da República, teve direito a R$ 268 milhões após eleger 33 deputados em 2018, quando ainda se chamava PR. A campanha de Bolsonaro declarou até agora ter recebido doações de 12,5 mil pessoas na soma dos dois turnos, mas a maior parte repassou R$ 50 ou menos —o que inclui milhares de doações de R$ 1.

O volume de microdoações causou problemas para a campanha do presidente, que precisou declarar cada uma delas a justiça eleitoral. A iniciativa surgiu em grupos bolsonaristas que incentivaram eleitores a fazerem pequenas doações como uma espécie de estratégia antifraude, ou seja, a de que seria possível quantificar os votos em Bolsonaro a partir das doações em valores irrisórios.

O segundo turno das eleições ocorrerá no dia 30 de outubro. Até lá, as campanhas podem ainda buscar fontes de receita para financiar as atividades do candidato, até o teto de R$ 133 milhões. Na campanha de São Paulo, o bolsonarista Tarcisio de Freitas (Republicanos) também tem conseguido reunir um volume expressivo de doações, R$ 15,2 milhões nos dois turnos. Somada à verba pública, ele já declarou R$ 27 milhões em receita.

Fernando Haddad (PT) tem R$ 32 milhões em receitas declaradas e, assim como Lula, a quase totalidade, R$ 31,8 milhões, vem do fundo eleitoral.

Ranier Bragon e Lucas Marchesini / Folhapress

ACM Neto realiza caminhada em Itabuna e diz que a virada já começou: “é hora de tirar o PT da Bahia”

O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) realizou na tarde desta sexta-feira (14) uma caminhada em Itabuna ao lado de prefeitos e de lideranças regionais. Segundo ele, o tamanho da mobilização na cidade mostra que a virada neste segundo turno já começou. Neto também aproveitou para apresentar as suas propostas para o Sul baiano como, por exemplo, realizar um novo ciclo de industrialização das cidades.

“Se eu já estava animado antes de vir para cá, imaginem como vou ficar depois de sair daqui desta grande caminhada em Itabuna. Mas tem uma coisa, meu povo: não dá para parar um minuto sequer, não podemos descansar. Sabe por que? Quando começou o segundo turno, eles subiram no salto e começaram a dizer que já tinham ganhado a eleição. Pois eu digo a vocês: o salto quebrou”, disse Neto após o evento.

Neto disse que se preparou para ganhar essas eleições para o governo do Estado.”Pelo que vi aqui hoje, pela animação de vocês, pela energia, pela confiança, pela fé e esperança do povo baiano, no dia 30 vai dar 44. Vamos soltar esse grito que está preso na nossa garganta há 16 anos. Foi tempo demais. É hora de mudar, é hora de a gente tirar o PT da Bahia. Essa é a eleição de quem quer mudança, é a eleição de quem quer um futuro diferente para a Bahia”.

Neto foi recebido por lideranças locais, como o vice-prefeito Guinho (UB), o vereador e deputado estadual eleito Pancadinha (SD) e o ex-prefeito Capitão Azevedo (PDT). Mas também por prefeitos da região Sul, como Moacyr Leite Júnior (UB), de Uruçuca, Vinícius Ibrann (UB), de Buerarema, Tiago Birschner (PP), de Una, Dr. Almeida (PROS), de Canavieiras, e Fernando Brito (PSD), de Santa Luzia.

O candidato do União Brasil apresentou as suas propostas para Itabuna e para o Sul baiano. “Essa é uma região muito forte economicamente e cujo potencial precisa ser trabalhado. Primeiro, a gente precisa garantir um novo processo de industrialização para o Sul da Bahia, atraindo novas empresas, novos investimentos, ampliando os empregos no setor industrial”, disse.

“Também no apoio à agricultura, nós tivemos no passado um peso muito importante da lavoura cacaueira, que passou por uma crise grande. Agora, nesse novo momento, a gente precisa apoiar o produtor de cacau com tecnologia, com assistência técnica, mas também pensar na diversificação da produção agrícola aqui da região”, completou.

Neto também falou do potencial do turismo: “Para isso, a gente precisar pensar num novo aeroporto aqui para o Sul da Bahia, com maior conexão nacional e internacional. Também reforçar a rede hoteleira. Além de tudo isso, uma obra importantíssima que eu pretendo continuar e concluir é a ligação Itabuna-Ilhéus. Uma estrada que possa garantir uma melhor mobilidade das pessoas que vivem na região”, afirmou.

A caminhada saiu da BR-415, no bairro de Fátima, e foi até o bairro de Califórnia. Neto recebeu o carinho dos moradores, que pediam selfies com o candidato e gravavam vídeos fazendo o sinal do coração, símbolo da campanha, e o número 44.

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