Biometria 'de surpresa' e urnas quebradas formam longas filas em seções no RJ

Eleitores formam fila para votar na Rocinha, Zona Sul do Rio — Foto: Sergio Moraes/Reuters
Espera de mais de duas horas, filas que davam voltas no quarteirão, corredores amontoados e desorganização. A eleição no Rio de Janeiro tem sido um teste de paciência para os eleitores, que tiveram uma surpresa na boca da urna: um "teste" de leitura de digitais mesmo para quem não fez o cadastramento da biometria no TRE-RJ.

O Tribunal Regional Eleitoral firmou um convênio com o Detran e está aproveitando os dados de quem fez identidade civil ou carteira de motorista pelo órgão para testar a biometria sem que o eleitor precise fazer o cadastramento biométrico pelo TRE.

A leitura, no entanto, tem demorado até dois minutos por eleitor, o que tem aumentado as filas. O presidente da seção pode tentar testar a biometria por quatro vezes com o eleitor.
TRE distrubui senhas para votar a partir das 17h
Por causa das longas filas, o TRE informou que todas as pessoas que estiverem presentes no local de votação até as 17h terão direito ao voto com a distribuição de senhas. A decisão é válida para todo o estado.
Extinção de zonas e 'teste' de biometria
Segundo a diretora-geral do TRE, Adriana Brandão, a leitura das digitais não é obrigatória e se a máquina ainda assim não identificá-lo, a urna é liberada.
"Trata-se de uma recomendação, não uma obrigação", esclareceu. "Se está causando confusão, deveria ter sido divulgado melhor", alegou a presidente do TRE.
Ainda segundo Adriana, está descartada a suspensão da identificação biométrica nas eleições de 2018.

“O que se observa é que a demora não está sendo considerada na identificação biométrica”, disse a diretora-geral do TRE-RJ, destacando que não houve registro oficial de problemas de eleitores para votar em determinados candidatos.

A demora para a votação, de acordo com ela, não está sendo verificada na identificação biométrica. "O que nós estamos percebendo é uma demora muito grande do eleitor na urna", alega Adriana.

Segundo o TRE-RJ, as longas filas em todo o estado foram causadas por um conjunto de fatores: extinção de 84 zonas eleitorais, grande número de candidatos para serem escolhidos pelos eleitores e teste da biometria após o convênio com o Detran.

De acordo com Adriana, a extinção de 84 zonas eleitorais no Rio de Janeiro foi uma medida tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral para cortar custos.
Eleitores fazem fila na Rocinha — Foto: Reprodução/Globo News
"Estamos reaproveitando os dados do Detran e fazendo testes para ver se no futuro a gente pode usar esses dados, sem que o eleitor precise fazer o cadastratamento biométrico. Isso vai facilitar a vida do eleitor no futuro", disse Adriana.
No Centro de Convenções Sul América, na Cidade Nova, funciona o maior local de votação do estado, com 13 mil eleitores. Lá o movimento é intenso desde cedo. As filas dão volta no quarteirão e as pessoas contam que o tempo de espera para votar é de cerca de uma hora por causa da biometria.

Um eleitor da Escola Municipal Leitão da Cunha, na Tijuca, contou que chegou a esperar 30 minutos sem sair do lugar na fila por causa da biometria. "Não anda. Ficam uns 2 minutos com cada um tentando ler a digital, pra nada", reclamou um eleitor.

Filas também eram vistas nas seções eleitorais que funcionam na PUC, na Zona Sul do Rio. A espera começava ainda do lado de fora dos prédios.
Filas na PUC, na Gávea — Foto: Marcos Serra Lima/G1

-Outro eleitor que também vota na escola disse que o problema se concentra em uma das 19 seções do local, onde o tempo de espera é superior a uma hora. “Esse processo de biometria tá atrasando tudo. Fiquei mais ou menos 1h30 na fila. Mas, graças a Deus votei.”, disse Ronaldo Soares, de 53 anos.

Na Univeritas, no Flamengo, Zona Sul do Rio, o problema, além da superlotação, era a acessibilidade. Muitos idosos desistiram de votar porque não havia elevador. "Está

No Colégio Nossa Senhora da Penha, na Penha, Zona Norte do Rio, filas tomavam as escadas, e eleitores reclamavam da demora. "Um absurdo, isso", relatou Mara Figueira.
No Cachambi, Zona Norte do Rio, eleitores se aglomeravam nos corredores do Instituto Francisca Paula de Jesus. "Sem condições", relatou Vitória Camargo.
Defeitos
Duas urnas quebraram em seção do Centro de Nova Iguaçu

Até as 13h, 241 urnas apresentaram defeito - 113 somente na capital. No Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, duas urnas quebraram - a original e a reserva -, e uma terceira era esperada. Eleitores esperavam até 40 minutos sem que a fila andasse.

Em Copacabana, não foi uma urna que teve de ser reposta, mas o caderno com o nome dos eleitores. O chefe da seção foi assaltado e perdeu a lista. "O material para a votação pode ser entregue na seção com até 72 horas de antecedência. Em caso de um extravio, o cartório eleitoral pode reimprimir o caderno", disse a diretora.

Na Rocinha, a votação começou com meia hora de atraso. Longa fila se formou do lado de fora da Vila Olímpica.

Senha
Por lei, a votação se encerra às 17h. "Mas todo eleitor que estiver no local de votação até essa hora receberá uma senha e poderá votar",afirmou Adriana, dizendo que não há tolerância prevista para as zonas eleitorais.
Fonte: G1


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